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Opinião|Davos: cooperação para o futuro global

Fórum Econômico de Davos tem um poder de influência sobre corações e mentes indiscutível

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

O Fórum Econômico Mundial de Davos, fundado em 1971 pelo economista alemão Klaus Schwab, se coloca hoje em situação de equivalência em relação às organizações multilaterais e outros organismos internacionais. Isso porque se coloca como centro de diálogo e compartilhamento de pensamentos para a construção de um futuro melhor para a humanidade. A principal diferença é o fato de contemplar a pluralidade, ao reunir pessoas com diferentes responsabilidades de governos, autoridades econômicas, iniciativa privada, empresários, investidores e ativistas sociais e de meio ambiente.

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Davos não tem a força das resoluções escritas e orçamento para financiar projetos de investimento, mas seu poder de influência sobre corações e mentes é indiscutível. Participo desse Fórum há 12 anos e o evento deste ano será uma oportunidade de confirmar sua posição institucional como ponto de intersecção dos propósitos identitários globais. Um ambiente legítimo que ajuda a definir e dar forma ao que desejamos e pensamos para o futuro global, neste momento de instabilidade na política, na economia, no clima e na desigualdade social.

A guerra na Ucrânia, o aquecimento, a crise humanitária e a possibilidade de uma nova recessão mundial mostram que cooperação é a palavra-chave.

O Fórum de Davos volta nesta edição à sua atmosfera natural de neve e ventos gelados. Os temas que deverão dominar os debates apontam para a necessidade de um novo recomeço para o mundo, como o painel “Cooperação em um mundo fragmentado” resume essa perspectiva. A fragmentação mencionada espelha a necessidade de ampliar a interação entre os agentes econômicos para arrefecer tensões e a volatilidade dos mercados.

As projeções da economia global indicam a resistência do processo inflacionário, juros altos e baixa atividade econômica, um trinômio que afeta principalmente os mais pobres e os países emergentes.

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Nos últimos anos, a resposta para as crises foi a de utilizar em larga escala recursos públicos. Essas políticas agravam o ritmo do endividamento e as incertezas sobre a inflação.

Em Davos, a expectativa é buscar caminhos para sairmos desse ciclo. Serão mais de 2,5 mil participantes nesta semana de debates e palestras. O objetivo é estabelecer novas ideias e referências para transformar a direção das tendências.

O grande desafio é reduzir tensões que se acumulam. Para o Brasil, precisamos que Davos 2023 sopre novos ventos que inspirem o ambiente de estabilidade necessário para a atração de novos investimentos.

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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