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Advogados protestam contra revista no Fórum de Sorocaba

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

Advogados estão sendo abordados por seguranças e obrigados a levantar os braços para serem revistados ao entrar no Fórum de Sorocaba. A revista pessoal, com o uso de detectores de metal manuais, ocorre mesmo na presença de clientes e é feito por funcionários de uma empresa de segurança. Nesta quinta-feira, 05, um grupo de advogadas lançou o manifesto "Não mereço ser revistada" na rede social Facebook e o link passou a receber dezenas de compartilhamentos.A advogada Cristiane Inocêncio contou ter sido barrada para a revista na entrada do Fórum. Segundo ela, diante da sua surpresa, os seguranças disseram que o procedimento mudou. "Me senti humilhada", postou na rede social. O advogado Claudio Dias Batista disse que o tratamento é discriminatório, pois funcionários dos cartórios, estagiários, promotores e juízes não passam por revista. "Advogado não é visita no Fórum, trabalha lá como fazem os promotores e juízes e não pode ser tratado de maneira diferente."O presidente da Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sorocaba, Alexandre Ogusuku, informou ter pedido ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo que intervenha para a suspensão da medida. Segundo ele, a revista adotada pela nova direção do Fórum inclui examinar o conteúdo de bolsas e pastas. "Ao se aproximar da porta, o profissional e o seu cliente são abordados por um segurança que anuncia a indigna, asquerosa e truculenta mão na cabeça."Segundo ele, o tratamento dispensado aos advogados e aos cidadãos que procuram o Fórum ofende princípios constitucionais. "Ao excluir alguns das restrições impostas ao acesso ao prédio público, fica clara a suspeita que recai sobre os advogados de possíveis agentes criminosos, portadores de armas de fogo, pessoas que põem em risco a segurança do Fórum", disse. Ogusuku lembrou que, recentemente, o Fórum de Sorocaba foi vítima de furto de armas armazenadas em uma sala e o responsável pelo delito teria sido um funcionário da Justiça.A juíza diretora do Fórum, Erna Thecia Maria Hakvoot, informou em nota que "os procedimentos adotados no Fórum de Sorocaba estão de acordo com o Provimento 811/2003, do Conselho Superior da Magistratura (TJS); Resolução n. 176 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e Lei 12.694/2012. O objetivo é a atuação preventiva, de sorte a proporcionar a necessária segurança a todos que frequentam o Fórum local, como já ocorre em outros prédios do Judiciário".

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