Aécio diz que Dilma desagradará companheiros ao não criar a 'Futebrás'

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, reagiu neste sábado ao anúncio da presidente Dilma Rousseff de que não criará uma "Futebrás", e afirmou que a decisão desagradará a companheiros da presidente. Em mais um episódio que coloca os desdobramentos da humilhante derrota de 7 x 1 sofrida pelo Brasil contra Alemanha no debate eleitoral, Aécio usou seu perfil no Facebook para alfinetar Dilma. "A presidente Dilma nos informou hoje, pelo Twitter, que não vai criar a 'Futebrás'. Talvez isso entristeça alguns de seus companheiros, mas traz enorme alívio para milhões de brasileiros", ironizou. "Afinal, seria a 14ª estatal criada pelo governo do PT, a sétima só no seu governo. Os cofres públicos agradecem!" Mais cedo, Dilma respondeu críticas feita pela oposição a declarações que fez em entrevista na noite de sexta-feira à GloboNews defendendo uma renovação no futebol brasileiro. O Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, acusou Dilma de tentar tirar proveito político da seleção brasileira antes derrota para a Alemanha e de querer criar a "Futebolbrás" para que o governo controlasse o futebol. "Até a fatídica terça-feira em que a Alemanha atropelou o Brasil no Mineirão, a ordem era surfar na onda de otimismo, na esperança de que ela desaguasse na entrega da taça de campeão ao zagueiro Thiago Silva (capitão do Brasil) no domingo (data da final do Mundial)", escreveu o instituto. "Mas a maré baixou antes da hora e, com o naufrágio, busca-se agora, desesperadamente, o que afaste a presidente do espectro do fracasso em campo." Em sua conta no Twitter, Dilma respondeu e usou o episódio em que se sugeriu a mudança da Petrobras para Petrobrax, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é do PSDB, para rebater as críticas. "Os que queriam transformar a Petrobras em Petrobrax, desvirtuam, agora, nossa posição de apoiar a renovação do nosso futebol", disse a presidente. Durante o Mundial, Dilma usou sua conta na rede social e eventos públicos para declarar sua torcida pela seleção e pedir união em torno do time. Quando o atacante Neymar se machucou e ficou fora do Mundial, a presidente mandou cartas para ele e para os jogadores e as tornou públicas. "O Brasil não quer criar a Futebrás. Quer, sim, acabar com a Futebrax e deixar de ser um mero exportador de talentos", escreveu. "O governo não quer comandar o futebol, pois ele não pode, nem deve ser estatal. Queremos ajudar a modernizá-lo. Contem conosco para isso."

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Por Redação
Atualização:

(Reportagem de Eduardo Simões)

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