Aécio se diz 'revigorado' após ataques e confia em virada semelhante a do 1o turno

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse neste sábado que se sente "revigorado" depois dos ataques que recebeu ao longo da campanha, que classificou como a "mais sórdida" do país, e se mostrou confiante numa virada semelhante a que protagonizou no primeiro turno das eleições, quando assumiu o segundo lugar na última hora. Questionado sobre o que decidirá a votação no domingo, Aécio disse que será a "consciência das pessoas". "A reflexão dos brasileiros. No primeiro turno, aconteceu isso, essa decisão foi tomada por uma parcela importante do eleitorado na reta final da campanha, nos últimos dias. E acho que é o que está acontecendo hoje (sábado)", disse. Pesquisas dos institutos Datafolha e Ibope divulgadas na quinta-feira, antes do último debate na TV Globo, mostravam a presidente Dilma Rousseff (PT) com vantagem sobre o tucano de 6 e 8 pontos percentuais, respectivamente. Aécio disse que se sente "revigorado" ao final da campanha e reclamou de ser vítima de uma onda de ataques. "Lamentavelmente, essa campanha vai ser marcada e vai ser lembrada pela história como a mais sórdida de todas as campanhas que o Brasil democrático já assistiu, por parte dos nossos adversários", afirmou. "Hoje ainda boletins apócrifos estão sendo apreendidos pela polícia, e essa desconstrução não foi em relação a mim, ela existiu no passado em relação a outros candidatos, como Marina, Eduardo, e existirá no futuro, se eles (do PT) permanecerem no governo", argumentou o tucano. Marina Silva se tornou candidata do PSB à Presidência após a morte de Eduardo Campos em agosto. "Amanhã vencerei essas eleições porque não há dinheiro, não há infâmia, não há sordidez que vença a verdade, que vença a consciência dos brasileiros", acrescentou.

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Por Redação
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VEJA

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O candidato também condenou os ataques com pichações e depredações à sede da Editora Abril, que publica a revista Veja, na sexta-feira.

Ele ligou o episódio ao PT, que estaria tentando evitar a circulação da edição Veja desta semana, que traz uma reportagem baseada numa suposta declaração do doleiro Alberto Youssef, em depoimento de delação premiada à Polícia Federal, dizendo que tanto Dilma como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, saberiam de um suposto esquema de sobrepreços em contratos da Petrobras, que alimentaria partidos governistas.

Mais cedo, Dilma criticou a denúncia envolvendo seu nome sem provas. "Não compactuo com a corrupção, nunca compactuei e quero que provem que eu compactuei com a corrupção, e não esse tipo de situação em que se insinua e não tem prova", reclamou a presidente.

O candidato do PSDB disse que o ataque à Editora Abril é um atentado contra a liberdade de expressão.

"Assistimos um atentado contra a democracia, contra a liberdade de expressão... Ao tentarem invadir e depredarem a fachada de um importante veículo de comunicação, manifestantes não atingem aquele veículo, atingem o que temos de mais valioso que é liberdade de expressão no Brasil, liberdade de imprensa", afirmou Aécio.

"Ao tentar proibir a veiculação dessa revista, aí sim, há uma demonstração clara do Partido dos Trabalhadores do seu descompromisso com a democracia e com a liberdade de expressão", acrescentou.

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A campanha petista conseguiu, por meio de liminar concedida na noite da sexta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), evitar a veiculação de propaganda paga da capa da revista na TV, rádio e links na Internet.

(Por Jeferson Ribeiro)

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