Anistia Internacional divulga análise sobre atos na Copa

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Por Fabio Grellet
Atualização:

A Anistia Internacional, organização internacional de defesa dos direitos humanos, divulgou nesta terça-feira, dia 1º, um balanço parcial sobre os protestos e a repressão policial no Brasil durante a Copa do Mundo. O relatório descreve oito casos de repressão a manifestantes, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Também são relatados casos de violência e cerceamento ao trabalho de sete jornalistas, em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte - e o uso de armas de fogo por policiais em São Paulo e no Rio.A entidade cobra que policiais flagrados usando força abusiva sejam punidos e que o direito à manifestação e a liberdade de imprensa sejam respeitados. A Anistia Internacional também reclama que a Fifa não autorizou agentes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro a ingressar no estádio do Maracanã para prestar assistência jurídica e prevenir violações de direitos durante os jogos, e pede que essa autorização seja concedida.O relatório registra também três episódios de violência praticados por manifestantes. Sobre um deles, ocorrido em São Paulo em 19 de junho, quando uma concessionária da Mercedes-Benz e cinco agências bancárias foram depredadas, o relatório afirma que "pessoas que estavam na manifestação teriam invadido uma concessionária de carros de luxo e algumas agências bancárias". Naquela ocasião, imagens de câmeras de segurança registraram a atuação de black blocs destruindo mais de dez carros. A concessionária teve prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões.Para Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, três aspectos resumem a situação até agora: 1) o posicionamento claro das autoridades contra novas leis que regulem protestos, postura que ele elogia; 2) o uso de força que ele considera exagerada pelas forças de segurança; e 3) a violência, que acaba colocando em risco tanto os manifestantes como os agentes de segurança e o patrimônio. "As forças de segurança ainda não aprenderam que o uso exagerado da força, com bombas e balas de borracha, só gera caos, correria e mais violência. Existem formas mais eficientes de conter os atos, evitando que se chegue ao ponto em que chegou em São Paulo, por exemplo, quando a concessionária foi depredada", afirma Atila Roque.

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