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Após morte, faculdade de Economia terá catraca

Por Luiz Fernando Toledo e PAULO SALDANA E VICTOR VIEIRA
Atualização:

Depois de anos de polêmica entre a direção e estudantes, a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) passa por reformas para receber catracas. A unidade está reformulando a portaria e deverá receber, até o primeiro semestre de 2016, um conjunto de cinco catracas - três na entrada principal e outras duas nos fundos. O custo total da reforma deverá ficar em cerca de R$ 450 mil. Os alunos dizem que foram pegos de surpresa pela obra, cujo projeto estaria congelado.A decisão de usar os equipamentos foi tomada em 2012, após votação na Congregação, que tem representação de professores, servidores e alunos. Só os estudantes foram contrários à medida. A proposta foi feita após discussões que sucederam a morte do estudante de Ciências Atuárias Felipe de Paiva, assassinado em 2011 após uma tentativa de assalto no estacionamento da Universidade de São Paulo (USP). O projeto inicial foi orçado em R$ 1,8 milhão, recebeu críticas pelo alto custo e não saiu do papel. Quando o professor Adalberto Fischmann assumiu a gestão, em 2014, retomou o plano e conseguiu reduzir o valor. A licitação foi feita e os trabalhos tiveram início em janeiro. Está em estudo agora a substituição de todas câmeras de segurança, consideradas Ultrapassadas.Fischmann diz que a medida é dura, mas necessária. "Tem gente que leva até tábua de vaso sanitário embora. Seria ideal que não tivesse catracas, mas a experiência nos tem mostrado que elas são necessárias", afirmou. Ao menos 42 ocorrências de furto foram registradas na unidade entre 2010 e 2014, mas esse número pode significar subnotificação dos casos.ControleAlunos acusam a unidade de querer "controlar" o que é feito. "É muito forte a oposição à catraca na FEA. Desde o motivo ideológico, que é a restrição do acesso à universidade pública, ao prático: é ineficiente e caro", diz Rodrigo Toneto, presidente do Centro Acadêmico da faculdade.Outra desvantagem apontada por Toneto é a limitação da circulação entre outras unidades. Os tapumes da obra receberam pichações "FEA prisão" e "cotas já, catracas nunca!".

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