Assédio da imprensa incomoda família de Cabo Bruno

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Por GERSON MONTEIRO
Atualização:

A autorização da Justiça que permitiu Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno, deixar a prisão na quinta-feira mudou a rotina da família. De acordo com sua mulher, representantes da imprensa de todo o País estiveram na porta de sua casa, em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba no Estado de São Paulo, para tentar uma entrevista com o ex-policial militar, que ainda não falou com jornalistas.Ainda de acordo com a mulher de Oliveira, a pastora e cantora gospel Dayse da Silva Oliveira, a família aguarda um retorno de televisões para uma entrevista no domingo. Questionada sobre valores para aparição do marido, ela informou que espera proposta das emissoras. "Se é especial (entrevista), tem que dar um valor", argumentou. Segundo ela, o marido está dentro de casa desde que saiu da penitenciária e pouco conversou."A gente não quer dar entrevista. O problema é que ninguém vê o outro lado. Ele tem muita gente contra ele e há uma grande exposição. Se aparecer algo bom é pra eles (televisão), e se for coisa ruim fica pra gente", disse Dayse por telefone.O assédio tem incomodado a família, que prometeu uma coletiva de imprensa para segunda-feira, caso não consiga negociar a aparição exclusiva com alguma emissora de televisão. "A gente está evitando até de ir à igreja. Daqui a pouco ninguém mais vai querer ir para a igreja", comentou sobre um possível afastamento dos fiéis da Igreja Pentecostal Refúgio em Cristo, em Taubaté, também no Vale do Paraíba, onde é pastora e pretende levar o marido. "Estou com repórter dando plantão na porta de casa, não aguento mais", reclamou.Beneficiado pelo indulto de Natal assinado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro, o Cabo Bruno, de 53 anos, ganhou direito à liberdade após 27 anos atrás das grades. Acusado de ser um dos principais justiceiros de São Paulo nos 1980, o ex-policial militar condenado a 117 anos de prisão recebia dinheiro de comerciantes para matar na zona sul da cidade.

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