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Atendimento continua precário em hospitais de Rio Preto

Por CHICO SIQUEIRA
Atualização:

O atendimento de urgência e emergência aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) continuou precário nesta quinta-feira, 3, em São José do Rio Preto (SP). Macas e cadeiras com centenas de doentes continuaram colocadas nos corredores do Hospital de Base e da Santa Casa para atender o excesso de pacientes causados pelo fechamento do hospital do Instituto Espírita Nosso Lar (Ielar) na última sexta-feira, 27."Não sei mais o que fazer, nossos partos dobraram. Agora está faltando até alimentos, tive de comprar tudo e colocar mais macas e cadeiras para os doentes", afirmou o provedor da Santa Casa, Nadim Cury, que no início da semana já tinha contratado médicos e enfermeiros para conseguir atender a nova demanda formada por pacientes que deixaram de ser atendidos no hospital do Ielar.Segundo ele, a situação piorou ainda mais desde quarta-feira. "Fizemos 21 cesarianas nesses dois dias, quando o normal seriam dez, e agora há 63 pacientes esperando para internação e 17 na ala de observação", completou. "Se continuar assim, não ser como vai ser, porque não teremos mais condições para atender a mais ninguém", completou.No Hospital de Base, as macas continuaram no corredor. Segundo a assessoria do hospital, 33 pacientes estavam sendo atendidos em macas, 23 aguardavam vagas para quartos e oito para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No total, segundo o hospital, 67 pacientes (36 em leitos e 31 em macas) aguardavam a atendimento na emergência do hospital. O HB atende entre 40% e 45% dos atendimentos de emergência da cidade, além de pacientes de outros 101 municípios da região. "Estamos no limite de nosso atendimento", disse o diretor administrativo do hospital, Jorge Fares.Hospital pode reabrir.Mas a superlotação pode estar com os dias contados. Diretores do Ielar marcaram uma coletiva para esta sexta-feira, 4, na qual deverão anunciar a retomada dos atendimentos a partir da próxima semana. O Ielar fornece cerca de 900 profissionais e médicos para as unidades de saúde, e presta cerca de 10 mil atendimentos/mês nos setores primário e secundário, em ambulatórios, na urgência e emergência, além exames e cirurgias, aos pacientes do SUS em seu hospital.O atendimento foi cortado, segundo o hospital, por falta de recursos financeiros e por dívidas que totalizam R$ 22 milhões, entre elas, uma de R$ 8,8 milhões que a prefeitura de Rio Preto ameaçava cobrar na Justiça. Nesta quinta-feira, o Ielar anunciou a nomeação de um novo gestor do hospital e fez acordo com a prefeitura para quitação do débito. No começo da noite, a Secretaria de Saúde de Rio Preto informou que os repasses ao hospital voltarão a ser feitos. No entanto, diretores do Ielar querem negociar um aumento do repasse feito pela prefeitura para custear os atendimentos. Atualmente, o hospital recebe cerca de R$ 700 mil mensais. Segundo o Ielar, para manter o hospital em atividade são necessários R$ 1,1 milhão.

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