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Austríaca seqüestrada por oito anos terá programa de TV

Depois de lançar site próprio, Natascha Kampusch vai apresentar talk show.

Por Luis Fernando Ramos
Atualização:

A austríaca Natascha Kampusch, que ganhou notoriedade por ter sido seqüestrada aos dez anos e sido mantida em cativeiro por oito anos, lançou seu site na internet e anunciou que terá um programa de televisão. "Já faz tempo que eu estava pensando em deixar de ser um objeto passivo da mídia, trazendo um conteúdo pró-ativo para ela", afirmou Natascha, hoje com 19 anos. O site www.natascha-kampusch.at apresenta, entre outras coisas, atualizações sobre os projetos de caridade da austríaca. Já o programa de televisão, ainda sem nome definido, vai ao ar a partir de fevereiro do ano que vem na emissora Puls 4 e terá o formato de um talk show. "Não quero conduzir uma entrevista tradicional, com perguntas que todo mundo faz", afirmou a jovem. "Será mais uma conversa informal, para encontrarmos lados até então desconhecidos dos nossos entrevistados." Segundo Natascha, só serão chamadas ao programa pessoas que tenham uma "personalidade extraordinária". O chefe da emissora, Martin Blank, manifestou seu contentamento com a novidade. "Fico muito feliz que Natascha nos tenha procurado com a sua idéia", afirmou. "Claro que temos consciência de nossa responsabilidade - e todas as atividades do programa serão combinadas com Natascha e com o grupo que a acompanha." "Garantimos um processo profissional, sério e sensível com Natascha Kampusch", acrescentou Blank. Em sua primeira entrevista para a televisão austríaca após fugir do cativeiro, em setembro do ano passado, Kampusch chegou até a sofrer com a intensidade das luzes do estúdio. A mudança de postura, com o desejo de comandar seu próprio programa na televisão, tem uma explicação: no período do seqüestro, os meios de comunicação foram o único elo da garota com o mundo exterior. Em um artigo para a revista Die österreichische Journalist, a própria Natascha escreveu que a relação com a mídia marcou sua vida e despertou o desejo de se tornar jornalista. "Tenho de agradecer uma parte significativa da minha formação e do meu vocabulário às infinitas horas que passei escutando rádio", disse. "Foi como se o mundo se abrisse para mim por meio das ondas eletromagnéticas." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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