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Balança comercial tem pior resultado para novembro em 12 anos

Por LUCIANA OTONI
Atualização:

A balança comercial brasileira registrou déficit de 186 milhões de dólares no mês passado, o segundo déficit do ano e o pior resultado para meses de novembro desde 2000, por conta do aumento das importações de combustíveis, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As importações de combustíveis e lubrificantes subiram 125 por cento em novembro ante outubro, totalizando 4,654 bilhões de dólares. Somente as compras de petróleo avançaram 311,2 por cento na mesma comparação. "O aumento bastante expressivo das importações de petróleo e derivados e a regularização dos embarques (pela Petrobras) contribuíram para o aumento das importações nessa categoria", disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Segundo a secretária, essa acréscimo foi contábil e decorreu de um acerto entre a Petrobras e a Receita Federal, para que a companhia acelerasse o registro na balança comercial de compras feitas em meses anteriores. Tatiana Prazeres disse que a maior parte desse ajuste ocorreu em novembro, mas não descartou efeitos residuais também em dezembro. Com o efeito das aquisições de combustíveis e lubrificantes, as importações de outubro somaram 20,658 bilhões de dólares, alta de 13 por cento pela média por dia útil em relação a outubro, e queda de 2,6 por cento em relação a novembro do ano passado. Já as exportações somaram 20,472 bilhões de dólares em novembro, queda de 6 por cento pela média por dia útil em relação a novembro de 2011, e aumento de 3,5 em relação a outubro. O mercado esperava um superávit de 600 milhões de dólares no mês passado, de acordo com pesquisa da Reuters. Desde janeiro, quando o resultado ficou negativo em 1,3 bilhão de dólares, a balança comercial brasileira não registrava déficit. Em outubro, a balança registrou saldo positivo de 1,659 bilhão de dólares. RESULTADOS FRACOS No ano até novembro, as exportações somam 222,832 bilhões de dólares, queda de 4,7 por cento em relação às vendas em igual período do ano passado. A redução se deve à crise econômica mundial, que tem reduzido a demanda externa por produtos brasileiros e também o preços de importantes produtos da pauta de exportações brasileiras, como minério de ferro. Com isso, o governo espera que as exportações fechem o ano em queda de 5 por cento ante previsão inicial de alta de 3,1 por cento. Será a primeira queda das exportações anuais desde 2009, quando as vendas externas recuaram 21,3 por cento. "O encerramento de 2012 não será diferente do verificado no ano até novembro", disse a secretária. As importações no acumulado do ano somam 205,647 bilhões de dólares contra 207,922 bilhões de dólares em igual período de 2011 -- queda de 1,1 por cento. O saldo comercial entre janeiro e novembro está em 17,185 bilhões de dólares, 34 por cento menor que a cifra apurada em igual período do ano passado. No acumulado do ano, as vendas brasileiras para o exterior recuaram para todos os principais mercados, com exceção dos Estados Unidos: China (-7,3 por cento), Argentina (-21,1 por cento) e União Europeia (-7,6 por cento). Para os Estados Unidos, os embarques brasileiros aumentaram 5,7 por cento no período. Já em relação às importações brasileiras, o destaque é China, que neste ano ocupou o lugar dos Estados Unidos como principal vendedor para o Brasil. Entre janeiro e novembro, as importações de produtos chineses atingiram 31,720 bilhões de dólares, 4,3 por cento superiores a igual período do ano passado. Enquanto isso, as aquisições provenientes dos Estados Unidos atingiram 30 bilhões de dólares, queda 5,1 por cento na mesma comparação.

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