BC vê crescimento de 3,2% em 2009 e inflação de 4,7%

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Por ISABEL VERSIANI E VANESSA STELZER
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O Banco Central reduziu sua projeção para a inflação em 2009 nesta segunda-feira para 4,7 por cento e anunciou uma estimativa de crescimento do PIB de 3,2 por cento para o período --bem abaixo do estimado para 2008, mas acima das projeções do mercado. O diretor de Políticia Monetária do BC, Mário Mesquita, afirmou que o cenário estimado pelo BC em seu último Relatório de Inflação do ano reflete os impactos da crise externa, mas ainda deixa o Brasil em situação superior à média do mundo. Ele afirmou, ainda, que a autoridade monetária não descarta a possibilidade de o país atingir no próximo ano a meta de crescimento de 4 por cento anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. "(Nossa projeção) não quer dizer que o crescimento de 4 por cento não seja possível", afirmou Mesquita a jornalistas ao comentar o Relatório de Inflação. "Quatro por cento está dentro do intervalo de possibilidades." O mercado prevê que a economia crescerá 2,4 por cento no próximo ano, após alta de 5,6 por cento este ano, segundo a última sondagem do relatório Focus do BC. Ao comentar o impacto da crise financeira sobre a economia, o BC destacou que segmentos mais sensíveis às condições de crédito e ao patamar da taxa de câmbio serão os mais afetados, enquanto setores mais sensíveis à evolução do mercado de trabalho e dos gastos públicos terão mais força para resistir. "Neste ambiente, em que a manutenção dos sólidos fundamentos macroeconômicos observados na economia brasileira não se constitui em condição suficiente para evitar que desdobramentos da severa crise mundial se propaguem internamente...as perspectivas referentes à evolução do nível da atividade no último trimestre de 2008 e em 2009 mostram-se menos favoráveis", disse o BC no documento. Mesquita frisou, ainda, que o crescimento do PIB seguirá sendo liderado pelo consumo interno e, nesse contexto, a grande contribuição que o BC tem a dar à atividade é garantir a preservação do poder de compra das famílias. "A preservação do poder de compra é importante para sustentar o crescimento", afirmou. INFLAÇÃO ABAIXO DA META EM 2010 O relatório mostrou, ainda, que o BC vê uma desaceleração contínua e gradual da inflação, que atingiria o centro da meta apenas em 2010. A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou para 6,2 por cento, ante 6,1 por cento previstos no documento do terceiro trimestre. Para 2009, o prognóstico para a alta do IPCA é de 4,7 por cento, contra o anterior de 4,8 por cento. O BC espera que a inflação atinja o centro da meta de 4,5 por cento no segundo trimestre de 2010 e feche o ano em 4,2 por cento. (Edição de Alexandre Caverni)

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