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Brasileiros querem campanha para evitar falta de energia este ano, mostra Ibope

Cerca de 83 por cento dos brasileiros querem que seja iniciada uma campanha para economia de energia elétrica, para evitar falta de luz neste ano, segundo pesquisa do Ibope apresentada nesta quinta-feira. A pesquisa, encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), mostrou também que 75 por cento dos cidadãos consideram que os riscos de escassez de fornecimento de energia neste ano são de "muito alto" a "médio". Desse total, 13 por cento consideram o risco de um racionamento de energia em 2014 como "muito grande" e 35 por cento como "grande". Outros 27 por cento, vêem o risco como "médio". O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, reafirmou, no entanto, que não há risco de faltar energia no país neste ano, conforme tem sido sinalizado pelo governo federal. "Este ano não tem a mínima possibilidade de faltar energia, em 2015 o risco é muito baixo." A pesquisa mostrou também que para dois terços da população a energia no Brasil cara. Além disso, 77 por cento dos entrevistados disseram que, se tivessem condições, gostariam de gerar energia elétrica na própria casa, seja por meio de painéis solares ou energia eólica. A pesquisa foi apresentada em evento nesta quinta-feira, no qual a Abraceel lança a campanha "A Energia da Democracia é Livre", apoiada por cerca de 60 empresas e organizações do país. A campanha defende medidas para expansão do mercado livre de energia, no qual o consumidor pode escolher de quem comprará eletricidade. A Abraceel quer entregar os resultados da pesquisa para os candidatos à Presidência da República, com intenção de motivar uma agenda que garanta a liberdade de escolha dos consumidores de energia. "A atual legislação já prevê o direito de escolha do consumidor, basta apenas a decisão das autoridades da área", disse o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros. Hoje, atuam no mercado livre de energia principalmente consumidores industriais e comerciais. Para os consumidores residenciais, ainda são necessárias decisões do governo para viabilizar o consumo livre.

Por ANNA FLÁVIA ROCHAS
Atualização:

CONDIÇÕES DE MERCADO

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Tolmasquim, da EPE, presente ao evento, disse que é a favor da ampliação da liberdade de escolha e do mercado livre de energia, mas ponderou que isso tem que ser avaliado com cautela, já que atualmente, a expansão da geração de energia do pais é feita principalmente por meio do mercado regulado, atendido pelas distribuidoras de energia.

Os contratos de longo prazo de energia do mercado regulado, que chegam a 30 anos, dão segurança para que empreendedores aceitem tomar o risco do investimento nas construções de grandes usinas e na tomada de financiamentos. Já no mercado livre, os contratos tendem a prazos não maiores que cinco anos, em média.

"Eu sou muito a favor de aumentar o mercado livre... mas do ponto de vista técnico, a gente tem que ter uma discussão de como fazer isso", disse.

O representante do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, para o setor de energia, João Bosco de Almeida, disse que é preciso menor volatilidade de preço no curto prazo para o avanço do mercado livre.

"Nesse ambiente de incerteza eu acho muito difícil que a gente possa acelerar a questão do mercado livre", disse ele, que acrescentou que os consumidores também devem ser conscientizados permanentemente sobre como funciona esse mercado.

O representante do candidato Aécio Neves (PSDB), Afonso Henriques, defendeu resgatar modelos de mercado e "avançar na expansão de um mercado 100 por cento livre".

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O Ibope ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em todo o território nacional, entre 17 e 22 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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