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Cardozo diz que PF agiu dentro das regras na operação Porto Seguro

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Por Redação
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira que a Polícia Federal não é alvo de ingerências políticas e que agiu corretamente na operação Porto Seguro, que desbaratou um esquema de venda de pareceres ilegais envolvendo integrantes de órgãos federais, incluindo a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha. "Nos últimos 10 anos, a Polícia Federal se converteu, não é mais uma polícia de governo, é uma polícia de Estado", disse Cardozo durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara, acrescentando que quando a PF tem operações que mexem com o meio político ou econômico sempre "há versões" sobre sua atuação. "A interferência política e a análise do ministro da Justiça em momento algum é capaz de curvar essa instituição", argumentou Cardozo. Na tentativa de demonstrar que não há um racha entre a direção-geral e a superintendência da Polícia Federal em São Paulo, Cardozo levou à audiência pública o diretor-geral, Leandro Daiello, e o superintendente da instituição em São Paulo, Roberto Troncon. O ministro fez questão de detalhar como foi informado sobre a operação Porto Seguro para, segundo ele, derrubar versões de que foi pego de surpresa com a ação da PF. Cardozo disse que recebeu informações genéricas sobre a operação um dia antes de ela ser deflagrada e comunicou à presidente Dilma Rousseff no mesmo dia, após receber relato que recebeu de Daiello. Horas antes da operação ser iniciada, ainda na madrugada, Cardozo obteve informações detelhadas e as repassou para o chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo, e ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito. Este, por sua vez, indicou a pedido da Policia Federal um membro do GSI de São Paulo para acompanhar a busca e apreensão no escritório da Presidência na capital paulista. Segundo o ministro, na manhã da sexta-feira, dia 23 de novembro, a presidente foi informada dos detalhes da operação que estava em andamento. "Fui informado como deveria ser. Genericamente na quinta e detalhadamente horas antes da operação. As regras mais uma vez foram cumpridas", disse Cardozo aos parlamentares. Segundo ele, como o inquérito da PF corre em segredo de Justiça, ele não poderia saber antes dos detalhes da operação, caso contrário colocaria estaria colocando em risco a independência do trabalho da polícia. A operação Porto Seguro cumpriu mandados de busca e apreensão em órgãos do governo federal e no escritório da Presidência da República em São Paulo e resultou na detenção de três pessoas. Também foram indiciadas 18 pessoas, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, acusados de envolvimento com um grupo que obtinha pareceres técnicos fraudulentos que eram vendidos a empresas interessadas. Os dois foram exonerados dos seus cargos. Outros órgãos que sofreram buscas foram o Ministério da Educação, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. (Por Jeferson Ribeiro)

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