Centro-esquerda sueca faz acordo de 8 anos com oposição para evitar nova eleição

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Por DANIEL DICKSON E JOHAN SENNERO
Atualização:

O governo minoritário de centro-esquerda da Suécia, no poder há três meses, anunciou um acordo com a oposição neste sábado para isolar os democratas suecos anti-imigração e evitar uma nova eleição. As políticas normalmente estáveis na Suécia entraram em convulsão em dezembro, quando o primeiro-ministro Stefan Lofven disse que planejava voltar às urnas após seu orçamento ter sido rejeitado pela oposição de centro-direita e os democratas suecos. Os democratas suecos ameaçaram derrubar qualquer governo que não freie a crescente imigração, e transformar as eleições antecipadas - que seriam as primeiras desde 1958 - em um referendo sobre as políticas liberais de refugiados da Suécia. O acordo com o bloco Aliança, de centro-direita, se estende até o próximo Parlamento de 2018-2022, deixando de lado as diferenças com o objetivo de garantir que os partidos de centro segurem o poder, excluindo a extrema-direita. "O acordo é um jeito de mostrar que nós tomamos responsabilidade por garantir que a Suécia possa ser governada; que colocamos o futuro do país em primeiro lugar", disse o social-democrata Lofven. Partidos de extrema-direita em toda a Europa vêm ganhando terreno nos últimos anos, focando nos temores econômicos dos eleitores e na frustração em relação à política de imigração. Enquanto a ala da direita e partidos populistas têm encontrado uma voz nas políticas dominantes em países vizinhos da Suécia como Dinamarca e Noruega, os políticos estabelecidos em Estocolmo se recusam a ter qualquer coisa com os democratas suecos, que querem reduzir o número de requerentes de asilo em 90 por cento. Finlândia e Dinamarca têm eleições no próximo ano e populistas de direita esperam ter vitórias. Após o acordo de sábado entre centro-esquerda e centro-direita, os democratas suecos disseram que pedirão por um voto de não-confiança em Lofven, apesar de terem poucas chances de sucesso. No entanto, o porta-voz Martin Kinnunen afirmou que agora será "fácil mostrar que somos o único partido de oposição da Suécia".

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