Chorão morreu de overdose de cocaína, diz laudo da Polícia Civil

Cantor foi encontrado morto em 6 de março no apartamento onde morava, em São Paulo

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Por William Cardoso
Atualização:

O cantor Alexandre Magno Abrão, de 42 anos, o Chorão, morreu após uma overdose de cocaína. A informação consta do laudo necroscópico divulgado nesta quinta-feira, 4, pela Polícia Civil, que apontou 4,714 microgramas da droga por mililitro de sangue do líder da banda Charlie Brown Jr. e "intoxicação exógena por causa de cocainemia". Desde o início das investigações, essa era a principal hipótese da polícia.

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Chorão foi encontrado morto em 6 de março no apartamento onde morava, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Segundo a polícia, o imóvel estava destruído e havia indícios de que ele havia consumido cocaína e álcool pouco antes de morrer. O laudo toxicológico que apontará se Chorão consumiu ou não outras substâncias, como álcool e remédio, ainda não ficou pronto.

A ex-mulher do cantor, a estilista Graziela Gonçalves, afirmou que lutava para afastar Chorão das drogas. Ela se separou do líder do Charlie Brown Jr. em novembro do ano passado.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) recebeu o laudo necroscópico no fim da tarde de quinta-feira, segundo o responsável pela Divisão de Homicídios, Itagiba Antonio Vieira Franco. "Popularmente é o que chamamos de overdose", disse Franco. Segundo ele, foi descartada a hipótese de suicídio e o caso deverá ser arquivado. Laudo mostrou ainda que Chorão apresentava também estágio físico bastante debilitado, com problemas no coração, cérebro, fígado e rins, possivelmente em decorrência do uso frequente de drogas.

Riscos. O médico especialista em dependência química Ronaldo Laranjeira afirmou que, mais importante do que a quantidade de cocaína presente no sangue do cantor é a mistura de álcool com a droga. "Às vezes, pode acontecer overdose até com uma quantidade menor do que essa, dependendo da sensibilidade da pessoa. O problema é a mistura, como parece ter acontecido no caso dele", disse. "Uma terceira molécula formada pelo álcool com a cocaína é ainda mais tóxico para os músculo cardíaco. Deve ter produzido algum tipo de arritmia", completou.

Responsável pela Divisão de Prevenção do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil, Reinaldo Correa também afirmou que a mistura de álcool com cocaína pode ser letal, ainda mais quando o usuário já vem de um longo tempo de uso. "É terrível. A gente alerta nas palestras que há um grande risco, que pode levar à morte", afirmou Correa. "Ele estava com o organismo debilitado por usar muita droga durante muito tempo. Pela tolerância, para que tenha a mesma sensação, é preciso aumentar as doses, daí o risco."

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