RISCOS
Os produtores temem que o período prolongado de seca tenha implicações para o potencial da nova safra de soja do Estado, que segundo estimativa feita em agosto pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) deverá atingir um recorde de 27,7 milhões de toneladas.
Para Alex Utida, o atraso no plantio prejudicará o rendimento das plantas.
"A genética das variedades que usamos alcança o máximo da sua produtividade se for feito plantio no mês de outubro", disse.
A colheita poderá avançar até abril, algo muito incomum em Mato Grosso, ressaltou Carlos Simon, de Lucas do Rio Verde.
"Pega o período crítico de ferrugem asiática lá na frente... A incidência de ferrugem será maior do que na soja colhida no início da safra. Vai ter mais custo de fungicidas", disse o agricultor.
Na avaliação dos produtores, outro problema deverá ser a janela para o plantio de uma segunda safra de milho, logo após a colheita da soja. Com o atraso, dizem, já há muitos indicativos de que serão perdidas as condições ideais para a semeadura do cereal.
PARANÁ
O plantio de soja no Paraná, segundo maior produtor do país, está atrasado ante o ano passado, apontaram nesta terça dados do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo estadual.
Os trabalhos foram concluídos em 38 por cento da área prevista, contra um índice de 47 por cento um ano atrás.
Ante a semana anterior, o Deral registrou avanço de apenas 5 pontos percentuais.
Depois de chuvas no início de outubro, foram quase quinze dias de seca no Paraná, o que impediu o avanço dos trabalhos de plantio.
As precipitações voltaram no fim de semana, segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar).
"Agora está retomando. O pessoal está plantando a pleno vapor", disse o analista Ocepar Robson Mafioletti.
Segundo ele, desde a safra 2008/09 não era registrado um índice de plantio tão baixo para esse período.
"Mas não é nada desesperador... Se continuar chovendo no norte do Estado, mais uns 10 dias estará tudo concluído", disse.
O Deral projeta safra recorde de 17,2 milhões de toneladas de soja no Paraná em 2014/15, alta de 18 por cento ante a temporada 2013/14, prejudicada pelo clima seco no período de desenvolvimento das lavouras.