IRRITAÇÃO
A Turquia tem ficado distante até o momento na luta contra o Estado Islâmico, que até o mês passado manteve 46 turcos como reféns.
Mas a libertação desses reféns e uma decisão do parlamento de renovar o mandato que permite a intervenção de tropas turcas na Síria e no Iraque reforçaram a expectativa de um papel mais ativo por parte da Turquia.
Erdogan no sábado advertiu contra qualquer ataque a soldados turcos mobilizados na tumba de Suleyman Shah, um enclave turco na Síria, agora totalmente cercado por combatentes do Estado Islâmico.
"Se acontecer alguma coisa lá, não podemos hesitar, e tudo vai mudar", disse ele.
Ele também reagiu com irritação aos comentários feitos por Biden, que disse que a Turquia e outros países da região tinham sido tão determinados a derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad, que haviam apoiado grupos extremistas como a Al Qaeda e Frente Nusra.
"Se Biden usou tais expressões, então Biden é história para mim a partir de agora", disse um irritado Erdogan, exigindo um pedido de desculpas.
Ele negou que a Turquia tenha dado assistência a qualquer grupo militante radical ou permitido que combatentes estrangeiros cruzassem a fronteira.
Os comentários de Biden em um discurso para estudantes da Universidade de Harvard na quinta-feira foram os mais fortes de uma autoridade norte-americana sobre o alegado apoio da Turquia a grupos islâmicos nos três anos de guerra civil da Síria. Erdogan tem apelado repetidamente para que o governo Assad seja deposto.
"Eles deram centenas de milhões de dólares e dezenas de milhares de toneladas de armas para qualquer um que quisesse lutar contra Assad", disse Biden. "Exceto pelo fato de que as pessoas que estavam sendo abastecidas eram da al Nusra e da Al Qaeda e extremistasjihadistas vindos de outras partes do mundo."
(Por Ayla Jean Yackley e Sylvia Westall)