Cientistas estabelecem conexão entre estresse e gordura

Descoberta pode explicar por que pessoas cronicamente estressadas ganham mais peso do que deveriam, levando-se em conta as calorias que consomem

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Por Redação
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Pesquisadores do Centro Médico da Universidade Georgetown descobriram uma forma de interferir no mecanismo que leva do estresse ao ganho de gordura, criando uma injeção capaz de reduzir a gordura em áreas isoladas do corpo de animais de laboratório. O trabalho é descrito na edição mais recente do periódico Nature Medicine. No artigo, os cientistas descrevem o mecanismo pelo qual situações estressantes ativam o ganho de peso em camundongos, e afirmam que o processo - que se mostrou manipulável - pode explicar por que pessoas cronicamente estressadas ganham mais peso do que deveriam, com base nas calorias que consomem. O processo envolve um neurotransmissor, chamado NPY, e o receptor que ativa, o Y2R, em dois tipos de célula no tecido gordo: as células endoteliais, que revestem vasos sangüíneos, e as células de gordura propriamente ditas. Os pesquisadores injetaram NPY em uma área específica do corpo dos camundongos. Determinaram que tanto o NPY quanto o Y2R são ativados durante o estresse, levando à chamada "obesidade maçã". A obesidade foi evitada com a injeção de bloqueadores de Y2R na gordura abdominal. Os responsáveis pelo estudo dizem que ainda serão necessárias mais pesquisas antes que a técnica possa ser adaptada para o controle da gordura abdominal em seres humanos, mas as descobertas podem representar, de imediato, um alívio psicológico para pessoas estressadas que sentem que engordam mais do que seu consumo de alimentos poderia explicar, diz uma das cientistas envolvidas, Lydia Kuo. "Este é o primeiro estudo a mostrar que o estresse tem um efeito direto na acumulação de gordura, no peso e no metabolismo", disse ela, segundo nota divulgada pela universidade. "Em seres humanos, esse tipo de ganho de gordura relacionado ao estresse pode não ter nada a ver com o cérebro, e ser apenas uma resposta fisiológica do tecido gordo".

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