PUBLICIDADE

Claro descarta redução de investimentos em 2009

Por Tais Fuoco
Atualização:

Apesar da expectativa anunciada de que o grupo mexicano América Móvil reduza investimentos na América Latina em 2009, em relação a 2008, a subsidiária brasileira do grupo Claro descarta reduzir o capital investido no país no próximo ano. Carlos Slim, magnata que controla a América Móvil, afirmou a jornalistas na segunda-feira, em um evento no México, que irá aplicar 4 bilhões de dólares em telecomunicações em 2009, dos quais perto de 1 bilhão no seu país de origem e 3 bilhões nas operações da América Móvil, cifra que foi de 4 bilhões de dólares este ano. Do volume que a companhia irá aplicar na região, o Brasil ficará com algo como 1 bilhão de dólares, enquanto neste ano o total foi de algo como 1,25 bilhão de dólares, segundo João Alberto Santos, diretor financeiro da Claro. Ele lembrou, entretanto, que em 2008 a companhia aplicou 1,4 bilhão de reais, dos recursos de investimentos, na compra de licenças de terceira geração, além de ter investido na implantação dessa rede desde o final do ano passado. Em 2009, não há o dispêndio com o pagamento de licenças. "Vamos continuar investindo e investindo bastante", disse João Cox, presidente da Claro, a jornalistas nesta quarta-feira. "Se queremos continuar a crescer, não há outra forma, temos que investir", reiterou ele. Em setembro deste ano, a Claro ultrapassou a TIM e se tornou a segunda maior operadora móvel do país em número de clientes. Cox afirmou que a companhia "não tem limite para investir" e vai aplicar "o que for necessário" para acompanhar o crescimento. Na sua opinião, o mercado brasileiro de celular deverá continuar a crescer "dois dígitos" em 2009. Ele explicou que cada novo cliente adicionado à base exige a instalação de equipamentos de infra-estrutura e de atendimento, alimentando o ciclo de investimentos. INTERESSE EM NOVAS LICENÇAS Cox ainda apontou que a companhia também estaria interessada em novas licitações de frequência, caso elas aconteçam, diante da demanda cada vez maior por tráfego de voz e, especialmente, de dados. Quando o governo leiloou as faixas de terceira geração no ano passado, reservou uma banda --a banda H-- para um outro momento, como forma de estimular a competição. Ainda não há data para esse leilão. Além disso, a Oi devolveu licenças na região Norte do país, depois de comprar a Amazônia Celular, e existem frequências ainda de segunda geração na região do Triângulo Mineiro. Cox afirmou que a companhia não tem percebido nenhum freio de consumo neste final de ano, tanto por telefonia como por banda larga, e que por isso acredita na manutenção do crescimento do setor em 2009. MAIORES MARGENS De acordo com Santos, que assumiu o posto há 60 dias na Claro, vindo da Brasil Telecom, a ordem para 2009 é "crescer com qualidade", ou seja, com aumento das margens. Não há, segundo a empresa, uma meta que possa ser anunciada, mas os subsídios, por exemplo, deverão privilegiar os clientes de maior valor, segundo Santos.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.