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Coreia do Sul terá sua primeira presidente mulher

Por JANE CHUNG E JACK KIM
Atualização:

A filha de um ex-governante militar venceu a eleição presidencial da Coreia do Sul na quarta-feira e vai se tornar a primeira mulher a liderar o país, com o discurso de unir uma sociedade dividida. Park Geun-hye, política conservadora de 60 anos, retornará ao palácio presidencial de Seul, onde foi primeira-dama durante o governo de seu pai nos anos 1970, depois que a mãe foi assassinada por um atirador apoiado pela Coreia do Norte. Com mais de 88 por cento dos votos contados, Park ficou à frente com 51,6 por cento dos votos ante 48 por cento obtidos pelo rival da esquerda, o advogado de direitos humanos Moon Jae-in. Os apoiadores eufóricos de Park comemoraram em temperaturas abaixo de zero, cantando o nome dela e balançando bandeiras da Coreia do Sul diante de sua residência. Quando chegou à sede do partido, ela foi saudada com gritos de "presidente". Park aproximou-se da multidão, apertando as mãos dos simpatizantes que usavam lenços vermelhos, a cor de seu partido. "Essa é uma vitória trazida pela esperança do povo em superar a crise e pela recuperação econômica", disse ela a simpatizantes, em um comício no centro de Seul. Park assumirá o governo em fevereiro por um mandato de cinco anos e estará diante do desafio imediato da Coreia do Norte. Ela também terá de lidar com uma economia na qual as taxas de crescimento anual caíram para 2 por cento, de uma média de 5,5 por cento, em suas décadas de crescimento acelerado. A presidente eleita é solteira e não tem filhos; diz que a vida dela será dedicada ao país. O legado do pai dela -- Park Chung-hee, que governou o país por 18 anos e o levou das ruínas da Guerra da Coreia de 1950-53 ao status de potência industrial -- ainda divide os coreanos. Para muitos conservadores, ele é o melhor presidente da Coreia do Sul e a eleição de sua filha vai continuar o governo dele. Seus opositores o chamam de "ditador" e acham que ele violou direitos humanos e reprimiu a dissensão.

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