Créditos de carbono rendem R$ 37 mi à Prefeitura de SP

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Por Andrea Vialli
Atualização:

A Mercuria Energy Trading, empresa suíça de energia com sede em Genebra, arrematou os créditos de carbono colocados à venda no segundo leilão realizado hoje, em São Paulo, na BM&F Bovespa. Foram ofertados 713 mil títulos, que correspondem às emissões de poluentes que deixaram de ser lançadas na atmosfera pelos aterros sanitários Bandeirantes e São João, em São Paulo. A companhia suíça pagou ? 19,20 (R$ 51,83) por tonelada de carbono, o que representa um ágio de 35,21% em relação ao preço mínimo estipulado, de ? 14,20 por tonelada de carbono. Com a venda, a Prefeitura de São Paulo embolsará ? 13,689 milhões, aproximadamente R$ 37 milhões. Os 713 mil títulos negociados são referentes aos gases, em especial o metano, produzido pelo lixo em decomposição nos aterros sanitários Bandeirantes (454.343 créditos) e São João (258.657 títulos). Isso graças ao aproveitamento dos gases do aterro, em especial o metano, que são canalizados e geram eletricidade nas usinas termelétricas instalados nos dois aterros. Dez instituições, entre bancos e empresas de energia, participaram do leilão. Segundo o secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, Walter Aluísio Morais Rodrigues, o preço alcançou as expectativas, uma vez que havia o temor de que a atual crise no mercado financeiro influenciasse o interesse dos investidores. "De fato, houve uma mudança no perfil dos compradores. Este ano participaram mais empresas de energia do que grupos financeiros", disse o secretário. De acordo com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que aproveitou o leilão para fazer campanha eleitoral, os recursos serão investidos em melhorias ambientais e de saneamento nos bairros de Perus e São Mateus, vizinhos aos dois aterros. "Mas só serão aplicados pela próxima administração", avisou.

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