Defesa Civil: RJ tem 30 desabamentos e 5 desaparecidos

PUBLICIDADE

Por ALESSANDRA SARAIVA e SOLANGE SPIGLIATTI E WILSON TOSTA
Atualização:

A chuva que atinge o Rio de Janeiro desde ontem levou o Estado a um cenário de mortes, desaparecimentos, desabamentos e transtornos para o carioca que saiu para trabalhar nesta manhã. Até por volta das 9h15, o número de vítimas é divergente: os bombeiros atestam 13 mortes, mas a Defesa Civil do Estado confirma dez. O órgão estadual também contabiliza 30 desabamentos e 12 deslizamentos de terra - cinco pessoas estão desaparecidas. Já a Defesa Civil municipal informou que, desde a madrugada, já atendeu 300 ocorrências.As aulas nas redes de ensino municipal e estadual do Rio de Janeiro foram suspensas por conta da chuva. O Ministério Público (MP) também confirmou suspensão de suas operações por hoje. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), fez um apelo para que as pessoas fiquem em suas casas. "Não é uma situação simples, chove muito no Rio de Janeiro, não para de cair água", afirmou ele, em entrevista por telefone à Rede Globo. "Portanto, não sabemos se já chegamos ao pior momento. A chuva está intensa, permanente. Solicitamos às pessoas que permaneçam em casa para evitar prejudicar a cidade e correr risco."Paes afirmou que não adianta tentar chegar ao centro da cidade e destacou que várias vias estão com tráfego bloqueado, por água ou quedas de encostas. "A Avenida Niemeyer está interrompida por um deslizamento; a Serra da Grota Funda deslizou também; a Ponte Rio-Niterói está fechada nos dois sentidos; a Praça da Bandeira também alagada desde ontem."Segundo ele, a cidade vive uma "situação muito crítica" e "absolutamente atípica", com a conjugação das fortes tempestades com a maré alta. "Para vocês terem uma ideia, a Lagoa Rodrigo de Freitas, em geral, tem 50 centímetros. Hoje está com 1,40m. Ou seja, quase três vezes a altura normal", declarou. O prefeito afirmou haver uma preocupação grande com deslizamentos e criticou quem se opõe aos reassentamentos de moradores de áreas ameaçadas. "O Rio de Janeiro, infelizmente, tem esse problema", afirmou. "Temos 10 mil domicílios em situação de risco na cidade. Me permitam um comentário aqui, mas são aquelas áreas em que toda vez em que a gente chega e vai tentar reassentar os demagogos de plantão aparecem, e agora, na hora da chuva, só aparecem os serviços públicos." Para Paes, o Rio vive no momento uma situação "muito ruim".Vias alagadasA secretaria de transportes informou que há pontos de alagamento na zona sul - nas ruas das Laranjeiras, São Clemente, Jardim Botânico, Epitácio Pessoa, Voluntários da Pátria, Barata Ribeiro, Pacheco Leão, Humaitá e Praia de Botafogo. Na zona norte, os locais alagados se concentram na Avenida Maracanã - o rio que passa ao lado da via transbordou -, Praça da Bandeira, Radial Oeste, Rua São Francisco Xavier,General Canabarro, Teodoro da Silva, Francisco Bicalho, Rodrigues Alves, Visconde do Rio Branco, Avenida Brasil, Avenida dos Democráticos (próximo a Manguinhos) e Avenida D. Helder Câmara.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.