Depois do Cantareira, estiagem agora ameaça Alto Tietê

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Por Fabio Leite
Atualização:
SÃO PAULO 13/06/2014 - ESPECIAL DOMINICAL (((EXCLUSIVO EMBARGADO)) CIDADES METRÓPOLE - REPRESA JUNDIAI - FALTA DE ÁGUA - SABESP - Represa Jundiaí no bairro de Taiaçupeba em Mogi das Cruzes que está com nível baixo - A represa faz parte do sistema Alto Tietê - Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Considerada a solução emergencial mais eficiente para suprir a crise do Sistema Cantareira, a transferência de água de outros mananciais para socorrer bairros da capital está delineando um novo cenário crítico no segundo maior sistema da Grande São Paulo. Com seu pior nível pré-inverno em dez anos, o Alto Tietê - que abastece 4 milhões de habitantes - registra queda diária com a mesma velocidade do Cantareira e corre o risco de secar ainda neste ano, segundo estimativa de especialista na bacia hidrográfica.

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Desde fevereiro, quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passou a remanejar água dos Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para cerca de 1,6 milhão de pessoas que eram atendidas pelo Cantareira, o Alto Tietê perdeu 15,4 pontos porcentuais, chegando a 29% da capacidade na sexta-feira. No período, o Cantareira caiu 16,2 pontos e estava com 23,3% de armazenamento anteontem por causa do uso do "volume morto". Apenas o Guarapiranga subiu, graças às chuvas de março.

Os dados da Sabesp mostram que não foram só os reservatórios do Cantareira que sofreram com a falta de chuva no verão. Nas cinco represas do Alto Tietê, distribuídas entre Suzano e Salesópolis, região leste da Grande São Paulo, o índice pluviométrico também ficou mais de 30% abaixo da média histórica entre fevereiro e maio. Enquanto reduziu a retirada de água do Cantareira em quase 10 mil litros por segundo, porém, a Sabesp manteve a produção de 15 mil litros do Alto Tietê e pretende avançar mais com a produção do sistema na capital.

"Estamos perdendo por dia 12 mil litros por segundo. Se continuar assim, o volume do Alto Tietê acaba em 150 dias e, pelo que sei, aqui não temos volume morto significativo para explorar. Estamos indo para o brejo do mesmo jeito e ninguém fala nada", afirma o engenheiro José Roberto Kachel dos Santos, membro do Comitê da Bacia do Alto Tietê. Temendo o agravamento da situação, o grupo decidiu criar uma Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico semelhante ao grupo anticrise que acompanha a estiagem do Cantareira. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

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