Dilma rejeita flexibilizar leis trabalhistas

Presidente afirmou que Brasil sairá do rescaldo da crise internacional com capacidade de crescer

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Por Redação
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A presidente Dilma Rousseff rejeitou nesta quinta-feira a possibilidade de flexibilizar a atual legislação trabalhista e assegurou que o Brasil sairá do rescaldo da crise internacional com capacidade de crescer e gerar renda maior do que quando entrou. Em discurso a uma plateia de sindicalistas na Plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a petista deu a largada oficial a sua campanha de reeleição e atacou o PSDB, principal partido da oposição, sem no entanto citar o nome do adversário tucano Aécio Neves.

Presidente reforçou que país não deve adaptar direitos trabalhistas. "O que nós temos que fazer é garantir que cada vez mais categorias tenham direitos, como é o caso das empregadas domésticas" Foto: JOSÉ PATRÍCIO/Estadão

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"Nós não temos que ficar achando... (que temos) de adaptar direitos trabalhistas. Adaptar direitos trabalhistas não mesmo", disse a presidente aos sindicalistas. "O que nós temos que fazer é garantir que cada vez mais categorias tenham direitos, como é o caso das empregadas domésticas."

Dilma defendeu que o que está em disputa não é a escolha de pessoas, mas a de projetos, e que o eleitor terá de decidir se quer uma mudança para melhor ou para "o modo antigo".

"Flexibilizar (direitos trabalhistas) é mudar para o modo antigo", avaliou.

Dilma reiterou ainda o seu compromisso de manter a política de valorização do salário mínimo e criticou medidas de combate a crise financeira internacional que, segundo ela, colocam a culpa nos trabalhadores.

"Não fui eleita e nem serei reeleita para desempregar trabalhador", disse. "Não fui eleita e nem serei reeleita para colocar o Brasil de joelhos diante de quem quer que seja."

Sem mencionar o PSDB, partido do segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, Dilma acusou o partido de ter colocado o país "de joelho diante do Fundo Monetário Internacional (FMI)" no período em que esteve à frente do governo federal.

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"Estamos enfrentando a maior crise desde 1929", disse Dilma. "O Brasil está enfrentando (a crise) de forma a garantir que nós sairemos dela com mais condições ainda de crescer e de distribuir renda do que tínhamos anteriormente."

A candidata petista aproveitou ainda para voltar a criticar o "pessimismo" e lembrou que os temores em relação à realização da Copa do Mundo no Brasil foram afastados, já que o torneio transcorreu sem maiores problemas.

Dilma aproveitou ainda para atacar as previsões de que o Brasil sofreria um racionamento de energia e, ao lado do candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, não perdeu a chance de alfinetar o governador paulista, o tucano Geraldo Alckmin, que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto no Estado.

"Não vai faltar energia elétrica no Brasil. Agora, aqui em São Paulo, água pode faltar", disse Dilma.

A região metropolitana da capital paulista tem sofrido com os baixos níveis dos reservatórios de água que abastecem a região. Para o governo tucano, o problema decorre do verão atipicamente seco neste ano. Para os adversários, é resultado da falta de investimentos e planejamento governamentais.

(Por Eduardo Simões)

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