Dos cachorros-quentes à fortuna nos esportes

Ex-radialista, J. Hawilla comanda hoje um império

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Por Paula Pacheco e SÃO PAULO
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Descendente de libaneses, o paulista José Hawilla, de 65 anos, tornou-se referência no mundo dos esportes e das comunicações. Casado, pai de três filhos, nascido em São José do Rio Preto, o empresário saiu dos gramados, onde se acotovelava com os colegas radialistas na hora de entrevistar jogadores, para se tornar o maior empresário do marketing esportivo do Brasil. Em três décadas, deixou a vida de assalariado para ser um milionário que pode se dar ao luxo de jogar golfe todas as sextas-feiras.Para o empresário, dono de time de futebol, dos direitos de mais de 70 jogadores - espalhados por vários times, como o Palmeiras - e articulador de eventos esportivos, as tacadas certas que deu até hoje não foram suficientes para abandonar uma antiga mania. Impressionado por uma sucessão de coincidências no passado, ele até hoje detesta a cor preta.POLÊMICASempre discreto, J. Hawilla teve de conviver com a publicidade à medida que ganhava força como empresário. Em 2001, se viu envolvido na CPI da Nike. Os parlamentares investigavam as circunstâncias que levaram à derrota do Brasil para a França na Copa do Mundo de 1998. Na ocasião, o jogador Ronaldo, patrocinado pela Nike, foi escalado mesmo depois de uma convulsão. Hawilla havia intermediado o contrato de patrocínio entre a Nike e a Confederação Brasileira de Futebol, um acordo de US$ 200 milhões - e que lhe garantiu uma fortuna de cerca de US$ 10 milhões. A CPI da Nike não chegou a nenhuma conclusão.Além do golfe, J. Hawilla tem duas paixões: o América, time da cidade natal, e o Palmeiras, clube com o qual mantém relações comerciais bem próximas. Antes de virar radialista, foi dono de carrinhos de cachorro-quente. Mas a empreitada não durou muito. A vida no mundo da comunicação começou a ganhar força quando foi parar na Rede Globo, onde ficou até 1979. Na época, foi demitido porque aderiu a uma greve de jornalistas.O pulo do gato veio com a aquisição da Traffic, na época apenas uma pequena empresa que vendia publicidade em pontos de ônibus. Quando começou a expandir os negócios, Hawilla partiu para a negociação de publicidade nas placas de campo de futebol. Hoje suas empresas empregam por volta de mil funcionários. O que toma mais o seu tempo ainda é o futebol.

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