Ebola faz Chioro determinar maior rigor na fiscalização

Chioro fez questão de garantir que "não há risco de transmissão global da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)"

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Por Tania Monteiro
Atualização:
De acordo com o ministro da Saúde, o Brasil está cooperando com países africanos mandando para eles kits de socorro médico Foto: Divulgação

O Ministério da Saúde determinou que haja maior rigor pelos fiscais sanitários em todos os aeroportos, portos e fronteiras do País para que identifiquem passageiros com possíveis sintomas do vírus Ebola e outras doenças transmissíveis.

A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, que recomendou que as pessoas "não tenham nenhum tipo de pânico, porque o serviço de vigilância sanitária que é feito nos portos e aeroportos e nas fronteiras é plenamente capaz de identificar pessoas sintomáticas para poder detectar qualquer enfermidade".

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Chioro fez questão de garantir que "não há risco de transmissão global da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)". De acordo com o ministro, até agora não há qualquer tipo de recomendação de restrição de viagem a países da África. "No nosso caso, o governo brasileiro tem reforçado as ações que já são feitas rotineiramente, de controle de aeroportos e portos, que é a de identificação de pessoas sintomáticas", declarou o ministro.

Depois de salientar que o governo recebe informes diários da OMS, ele explicou que o vírus Ebola é uma epidemia propagada, mas não é pessoa a pessoa. É transmitido por meio de contato com secreção e sangue e a transmissão tem muito a ver com a cultura dos países africanos. O ministro comentou que justamente por causa dessa cultura - onde se dá valor a rituais fúnebres que permitem a manipulação de mortos durante os funerais e a população se recusa a lacrar os caixões -, a cadeia de transmissão da doença acaba se alimentando.

De acordo com o ministro da Saúde, o Brasil está cooperando com países africanos mandando para eles kits de socorro médico. "Cabe ao Brasil fazer o que já havíamos feito antes com outros países africanos, com quem temos relações de cooperação muito intensas, que é colaborar com kits para desastres, que têm capacidade de socorrer, cada um, grupos de até 500 pessoas com medicamentos, material médico e de enfermagem suficientes para colaborar para as solicitações da OMS", afirmou o ministro.

Nesta sexta-feira, dia 1º a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que o surto de Ebola no oeste africano está fora de controle, mas que ainda pode ser contido. Contatos estavam sendo feitos com os presidentes da Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim.

Recomendações

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Entre as recomendações do ministro da Saúde para quem tiver de viajar para estes países estão, por exemplo, sempre tomar cuidado para seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias locais. Ele aconselha ainda os viajantes a não entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.

Segundo o ministro, parte significativa dos casos de Ebola na África estão relacionadas ou à profissionais de saúde que lidam com pacientes sem as condições de biossegurança, por causa da fragilidade do sistema de saúde, ou estão relacionados a questões culturais, como rituais fúnebres e sequestros de pacientes doentes de hospitais.

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