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Emprego na indústria volta a subir em outubro, com alta de 0,4%

Por EM
Atualização:

O emprego na indústria brasileira teve leva alta de 0,4 por cento em outubro sobre setembro, após duas quedas mensais seguidas, acompanhando a melhora da produção do setor, mas sem ainda mostrar uma recuperação, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira. Na comparação com igual mês de 2011, o total de pessoal ocupado na indústria recuou 1,2 por cento em outubro, no 13o terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, porém o menos intenso desde fevereiro, quando o emprego caiu 0,8 por cento. "Os resultados positivos do mercado de trabalho refletem a melhora na produção industrial de junho para cá, em que há um maior dinamismo da produção. Isso tem uma relação direta", disse o economista do IBGE, André Macedo, à Reuters. Mas embora o resultado da comparação mensal tenha sido o melhor desde fevereiro de 2011, Macedo não o considera como uma recuperação do emprego no setor, ao lembrar que houve queda nos dois meses anteriores. Em setembro, o emprego industrial recuou de 0,3 por cento e em agosto, 0,1 por cento. "O emprego interrompe duas quedas, mas não dá para chamar ainda de recuperação. As informações do quarto trimestre vão dar um sinal mais exato e correto da fotografia do mercado de trabalho. Se há uma melhora ou se foi um sinal isolado específico", completou o economista. O avanço do emprego na indústria em outubro fica em linha com o crescimento de 0,9 por cento da produção industrial naquele mês, ainda que permaneçam sinais de que os investimentos não estão se recuperando. Embora a indústria tenha registrado alta de 1,1 por cento no terceiro trimestre, beneficiada por medidas de estímulo do governo, ainda há dúvidas sobre se a recuperação do setor está em curso. Desde o início do ano a indústria apresenta-se como uma das principais causas para a fraqueza da expansão econômica nacional, em meio à crise internacional. NORDESTE Em outubro, o contingente de trabalhadores sofreu redução em dez das 14 áreas pesquisadas na comparação com o mesmo mês do ano passado. O principal impacto negativo veio da região Nordeste, com queda de 3,8 por cento, pressionado por taxas negativas em 11 dos 18 setores, com destaque para a redução no total do pessoal ocupado nas indústrias de refino de petróleo e produção de álcool (-22,6 por cento). Já São Paulo apresentou recuo de 1,4 por cento, influenciado por quedas no setor de vestuário (-13,7 por cento), podutos de metal (-9,3 por cento) e meios de transporte (-5,8 por cento). "São Paulo liderou a queda mais uma vez, dada sua importância, e a perda de dinamismo puxa o desempenho para baixo por conta de uma menor produção", disse Macedo. O índice acumulado nos dez primeiros meses de 2012 recuou 1,4 por cento na comparação com igual período do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses o emprego na indústria em geral registrou perda de 1,2 por cento em outubro passado. HORAS PAGAS O IBGE informou ainda que o número de horas pagas subiu 1,1 por cento em outubro em relação a setembro, após queda de 0,7 por cento registrada em setembro. Na comparação com outubro de 2011, o número de horas pagas recuou 1,1 por cento, o 14a resultado negativo seguido nessa comparação, mas o menos intenso desde fevereiro (-0,8 por cento). Por sua vez, no acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 2,0 por cento em outubro, repetindo a leitura de setembro e permanecendo com a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011. Já o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria em outubro subiu 0,1 por cento em relação ao mês anterior, após recuar 2,1 por cento em setembro. Na comparação com outubro de 2011, o valor da folha de pagamento real subiu 3,0 por cento em outubro, 34o resultado positivo consecutivo. (Por Camila Moreira em São Paulo e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro; Edição de Alberto Alerigi Jr. e Raquel Stenzel)

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