O alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da colônia que mais tarde se tornaria a cidade de Blumenau, relata em uma carta a enchente ocorrida em novembro de 1855, que guarda profundas semelhanças com as inundações dos últimos 15 dias no Estado. Veja também: Sobe para 13 casos confirmados de leptospirose em SC Governo zera IPI de produtos doados a Santa Catarina Marinha começa reabertura do Porto de Itajaí, em SC Saiba como ajudar as vítimas das chuvas IML divulga lista de vítimas identificadas Repórteres relatam deslizamento em Ilhota Mulher fala da perda de parentes em SC Tragédia em Santa Catarina Blog: envie seu relato sobre as chuvas Veja galeria de fotos dos estragos em SC Tudo sobre as vítimas das chuvas A carta, com data de 30 abril de 1856 e endereçada a um conselheiro do Império, consta do livro Imigrantes 1748-1900: Viagens que Descobriram Santa Catarina, de Mariléa e Raimundo Caruso, publicado pela Editora da Unisul. "É a primeira documentação de uma enchente em Santa Catarina", afirma Caruso. Na carta, ele relata o efeito devastador da chuva, quando "menos de 36 horas foram suficientes para encher o rio (Itajaí-Açu) até a altura de mais de 63 palmos do nível normal (cerca de 15 metros)." Na época da enchente, cinco anos depois da fundação da colônia, Caruso estima que a população já chegava a 4 mil pessoas. Dr. Blumenau, como o farmacêutico era mais conhecido, vinha da Corte, no Rio, e parou em Desterro, hoje Florianópolis, antes de prosseguir até a colônia. Ao chegar, se deparou com as lavouras destruídas. Assim como milhares de catarinenses na enchente atual, Dr. Blumenau perdeu sua casa, seus bens e ficou desabrigado.