Encontros bilaterais são maior atração da Cúpula Ibero-Americana

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Por RODRIGO MARTÍNEZ
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O Chile receberá na quinta-feira mandatários da Europa e da América para a nova Cúpula Ibero-Americana, ocasião em que os líderes tentarão minimizar divergências em temas que vão desde energia e meio-ambiente até questões de fronteira. Embora a convocação reúna por três dias presidentes e chefes de Estado da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra para discutir a coesão social, a atenção estará voltada principalmente para os encontros bilaterais programados para os intervalos da cúpula. "Os presidentes são livres para conversar sobre todos os temas, não posso adiantar o que cada presidente vai colocar sobre a mesa, mas as bilaterais servem para fazer uma agenda comum avançar", afirmou na terça-feira o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley. A edição deste ano da cúpula, a 17a, marca a estréia de Cristina Fernández de Kirchner, presidente eleita da Argentina, que se somará à outra mulher do fórum, a presidente chilena Michelle Bachelet. As duas vão se reunir antes do início da cúpula. A primeira-dama argentina viaja na quinta-feira com o marido, o atual presidente Néstor Kirchner, mas volta ao país pouco depois do início da conferência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um importante encontro bilateral com o boliviano Evo Morales, em que vai discutir novos investimentos da Petrobras na Bolívia, em preparação para a visita de Lula a La Paz, no dia 12 de dezembro. Ao fim da cúpula, no sábado de manhã, Morales e os presidentes de Equador, Rafael Correa; Nicarágua, Daniel Ortega, e possivelmente o venezuelano, Hugo Chávez, participarão de um ato de encerramento da Cúpula dos Povos, que será realizada em paralelo à Cúpula Ibero-Americana. O presidente do México, Felipe Calderón, cancelou de última hora a viagem ao Chile devido às fortes chuvas que atingem o sul de seu país. A Argentina, além do casal-celebridade da política latino-americana, mandará também ao Chile ativistas ambientais que reclamarão contra a fábrica de celulose da empresa finlandesa Botnia, no Uruguai, temendo que ela contamine a rede fluvial. O rei Juan Carlos, da Espanha, está atuando como mediador do conflito entre uruguaios e argentinos em torno da fábrica e espera que o tema seja discutido por Kirchner com o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, em Santiago. Já a presidente do país-sede da cúpula, Michelle Bachelet, vai se reunir com os presidentes dos países que fazem fronteira com o Chile, e tem um interesse especial no encontro com o presidente peruano, Alan García.

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