INFLAÇÃO
A atual situação econômica brasileira, com a inflação em 6,75 por cento em 12 meses até setembro, na visão do ex-ministro é "desagradável, mas não apocalíptica".
"A inflação é desagradável e muito alta com relação a nossos competidores internacionais", disse.
"Isso não vai prejudicar dramaticamente a eficiência da economia, mas, seguramente, uma taxa de inflação de 4,5 por cento é mais do que satisfatória para permitir um ajuste interno de salário real sem grandes dificuldades. Então, é conveniente voltar para 4,5 por cento", acrescentou, referindo-se ao centro da meta de inflação do governo.
INFRAESTRUTURA
Delfim criticou a lentidão do governo atual em iniciar uma política de concessões para alavancar os investimentos.
"O governo demorou muito para aprender, mas hoje é evidente que a primeira ampliação de investimento público tem que ser por concessões", disse, acrescentando que o governo já entendeu também que concessão exige bons projetos e que não é possível determinar apenas a taxa de retorno.
"Se eu quero uma estrada alemã eu não posso fixar a qualidade da estrada e a taxa de retorno, eu fixo a qualidade e o leilão diz qual é o retorno."
Do lado positivo, o economista destacou as conquistas sociais alcançadas.
"Dilma tem 40 milhões de votos porque o andar de baixo sente que está melhor do que estava. O maior equívoco da oposição é ignorar isso, imaginar que o bolsa família é um pecado porque desestimula as pessoas, é um preconceito ridículo, é uma tolice gigantesca", disse. Para ele, os programas sociais trouxeram mais equilíbrio para a sociedade.
"O regime de economia de mercado é uma corrida e extremamente competitivo. Numa competição, todo mundo tem que sair do mesmo lugar e com duas pernas, onde ele vai chegar, vai depender do DNA, da sorte, de uma porção de coisas, mas a justiça se faz na saída, não na chegada."
(Reportagem adicional de Brian Winter)