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Especialistas em aids estão entre mortos em avião malaio

Por Ligia Formenti
Atualização:

"Vivemos aqui um clima de incerteza e comoção", definiu ao Estado o presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, Richard Parker, que desde quinta-feira, 17, está em Melbourne para reuniões preparatórias da Conferência Internacional de Aids. Ele afirma que, desde que a notícia da queda do avião malaio que fazia o voo MH17, foram várias as listas que circularam, com nomes de cientistas que estariam a bordo. "A cada nome não confirmado, um alívio. A cada comprovação, um grande sentimento de perda."Além da lista ainda incompleta o clima de incerteza é reforçado pela falta de informações sobre as circunstâncias em que o acidente ocorreu. "Perdemos nomes importantes da pesquisa. É um baque para a ciência, mas também para o ativismo social, pois várias das vítimas integravam movimentos não governamentais", afirmou.A conferência será aberta oficialmente domingo. São esperadas mais de 5 mil pessoas. "Os trabalhos serão mantidos. Mas as incertezas do trabalho em saúde na complexidade do mundo moderno serão trazidas para o centro da discussões."Pedro Chequer, que esteve à frente da representação da Unaids no Brasil, também se manifestou sobre o acidente. "É uma grande perda, em primeiro lugar, de vidas cujo valor não se pode mensurar, mas também para causa da aids, já que tinham conhecimento e experiência acumulada por anos de trabalho e interlocução com pacientes e sociedade", disse.Na lista de vítimas confirmadas está Joep Lange, presidente da Sociedade Internacional de Aids entre 2002 e 2004. Em nota, a Fundação para Pesquisa da Aids, lamentou a morte do especialista. "Ele trabalhou incansavelmente para melhorar o acesso a medicamentos que salvaram vidas de milhares de pacientes em países com recursos limitados, e foi pioneiro no desenvolvimento de terapias acessíveis para tratar o HIV e também no desenvolvimento de simples tratamentos antirretrovirais para prevenir a transmissão de mãe para filho", diz o texto.

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