Estrangeiros impulsionam private equity no Brasil-Ernst & Young

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Por Redação
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Fundos estrangeiros de private equity que estão iniciando suas atividades no Brasil podem ajudar a dobrar os investimentos do setor no país, para cerca de 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo um executivo da consultoria Ernst & Young. No ano passado foram investidos 8 bilhões de dólares no País pelo setor, correspondente a 0,5 por cento do PIB, de acordo com o sócio de Transações da Ernst & Young Terco, Carlos Asciutti. Não há estatísticas oficiais sobre o setor. "No melhor dos mundos, isso pode dobrar", disse Asciutti à Reuters. A taxa de um por cento do PIB em investimentos no setor é comum nos Estados Unidos e na Europa, onde o setor é mais maduro. Além de alguns nomes já conhecidos no país, como Carlyle e o Advent, recentemente chegaram ao mercado nomes como Cerberus, HIG e 3i, e o asiático Temasek. "Estes fundos já reconhecem que o crescimento aqui vai ser maior do que lá fora", disse Asciutti. A alta taxa de crescimento econômico experimentada pelos mercados emergentes nos últimos anos continua a delinear o interesse dos investidores do setor. Um estudo da Ernst & Young sobre o segmento no mundo identificou que países asiáticos como China e Índia estão entre os principais destinos de recursos para aquisições nos próximos 12 meses. Já o Brasil vem crescendo como destino desses investimento. Dos entrevistados da pesquisa em abril, 39 por cento mostraram-se interessados em aplicar recursos no país, Em outubro de 2011, esse percentual era de 21 por cento. De acordo Asciutti, um dos entraves ao desenvolvimento do setor no Brasil é o reduzido mercado de crédito, já que uma das principais características da indústria de private equity é a ser bastante alavancada. Segundo ele, a taxa de juros historicamente muito alta no país agrava a situaçào. "Agora, com a queda dos juros, isso pode mudar. Era o que faltava para impulsionar o private equity", afirmou. O levantamento da Ernst & Young mostrou que os executivos do setor continuam otimistas, mas cautelosos. Cerca de 48 por cento deles têm umavisão mais positiva em relação às oportunidades de negócios em 2012. Apenas 6 por cento estão pessimistas, abaixo dos 11 por cento seis meses atrás. Os entrevistados também vêem a recuperação da ecomomia de forma positiva. Segundo a pesquisa, 49 por cento dos entrevistados avaliaram a economia global como "melhorando". (Por Juliana Schincariol)

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