Famílias usarão dados do Cenipa em ações do caso Gol

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Por TÂNIA MONTEIRO E EUGÊNIA LOPES
Atualização:

As famílias das vítimas do acidente com o avião da Gol, que matou 154 pessoas há dois anos, pretendem anexar o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aos processos movidos pelo Ministério Público. Em 261 páginas, o relatório divulgado hoje responsabiliza os dois pilotos norte-americanos que estavam no jato Legacy e os controladores de vôo pelo acidente. O relatório sustenta que o acidente não ocorreu por falha de equipamentos. "Agora temos um documento oficial que pode ser colocado junto ao processo criminal. Se precisar, vamos entrar com recurso para anexar o relatório no processo", afirmou Angelita De Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907. "Não nos cabe culpar ou inocentar ninguém. O objetivo da investigação é sugerir recomendações de segurança", rebateu o chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul. "O que nos diferencia da investigação policial, que aponta culpados, é que a nossa investigação é para evitar acidentes", completou. Kersul alertou que o eventual uso do relatório nos processos poderá prejudicar futuras investigações em casos de acidente aéreo. Os envolvidos ficarão temerosos de fornecer qualquer informação para o Cenipa, dificultado as investigações. "Esse relatório não recorre a quaisquer procedimentos de prova para apuração de responsabilidade civil ou criminal", repetiu o brigadeiro. "A coisa mais importantes do relatório são as recomendações. Por isso a gente insiste que o relatório não seja utilizado para outros fins", disse.

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