Fauna brasileira registra 1.051 espécies em extinção

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Por Ligia Formenti
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Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, um estudo desenvolvido por 929 especialistas entre 2010 e 2014, mostra que atualmente 1.051 espécies de animais estão ameaçadas de extinção. Na primeira edição, de 2003, eram 627. "A situação não piorou. O universo analisado quintuplicou, daí o aumento da lista", afirmou o diretor de pesquisa, avaliação e monitoramento de biodiversidade do Instituto Chico Mendes, Marcelo Marcelino, responsável pela coordenação do trabalho.Ao todo, foram avaliadas 7.647 espécies. Do total, 11 foram consideradas extintas, 121 tiveram sua situação agravada. A situação piorou, por exemplo, para o tatu-bola. "Seu habitat, a caatinga, vem sofrendo uma redução. Além disso, a espécie é muito vulnerável à caça", completou. Para outras 126, a ameaça foi reduzida, mas ainda persiste.O trabalho mostra que 77 espécies saíram da situação de risco - entre elas, a baleia Jubarte. Em 2012, foram contabilizados 15 mil indivíduos, quantidade significativamente maior do que os 9 mil encontrados em 2008. Duas espécies dos macacos uacaris e o peixe-grama também saíram da situação de perigo.Os números foram apresentados hoje pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Além do balanço, ela anunciou um pacote de medidas para tentar preservar a fauna brasileira. Entre as ações, está a moratória da pesca e comercialização da piracatinga, por cinco anos. A regra, que começa a valer a partir de janeiro de 2015, tem como objetivo proteger o boto vermelho e jacarés, que são usados como isca. "Vamos criar um grupo para tentar encontrar alternativas a essa prática", afirmou Izabella. A pesca acidental e comercialização de tubarão-martelo e lombo-preto também estão proibidas, a partir da agora. As duas medidas foram adotadas em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura.Izabella anunciou também a criação de uma força-tarefa de fiscalização, formada pelo Ibama, ICMBio e Polícia Federal para combater a caça de fauna ameaçada, como peixe-boi da Amazônia, boto cor-de-rosa, arara azul de lear, onça pintada, tatu-bola, tubarões, arraias de água doce e a extensão da bolsa verde para comunidades em situação de vulnerabilidade econômica em regiões consideradas relevantes para conservação de espécies ameaçadas de extinção. A bolsa será no valor de R$ 100 mensais.

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