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Filha de ex-ditador deve ganhar eleição presidencial sul-coreana

Por JANE CHUNG E JACK KIM
Atualização:

A filha de um ex-ditador militar sul-coreano é a favorita para vencer a eleição presidencial desta quarta-feira na Coreia do Sul e se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo, embora as pesquisas indiquem uma vantagem muito apertada sobre o segundo colocado. A vitória da conservadora Park Geun-hye, de 60 anos, representaria a volta dela ao palácio presidencial onde atuou como primeira-dama do pai, na década de 1970, depois da morte de sua mãe, que foi assassinada por um pistoleiro a mando da Coreia do Norte. O pai da candidata, Park Chung-hee, também foi morto num atentado, em 1979, após governar a Coreia do Sul com mão de ferro por 18 anos -- período marcado também por um grande crescimento econômico, e que ainda hoje causa polêmica entre os sul-coreanos. Com um terço dos votos apurados, Park liderava com 53 por cento ante 47 por cento para o candidato de esquerda Moon Jae-in, um advogado ativista dos direitos humanos, e a emissora KBS disse, com base nos resultados iniciais, que ela venceria por 4 pontos percentuais. Uma pesquisa boca de urna divulgada por três emissoras mostraram Park com 50,1 por cento dos votos, contra 48,9 por cento de Moon, uma diferença dentro da margem de erro. O comparecimento às urnas foi de 75,5 por cento, ligeiramente inferior aos 77 por cento que Moon esperava. A candidatura dele tem maior penetração entre os jovens, que são menos propensos a votar, daí o apelo dele pela ida às urnas. O candidato vencedor tomará posse em fevereiro para um mandato de cinco anos, sem direito a reeleição. Seus principais desafios serão lidar com a hostilidade da Coreia do Norte e estimular uma economia que, depois de crescer a uma média de 5,5 por cento ao ano nas últimas cinco décadas, passou a crescer apenas cerca de 2 por cento. Na sede do partido governista Saenuri, de Park, o anúncio das pesquisas de boca de urna foi recebido com festa. Park, que é solteira e não tem filhos, promete se dedicar integralmente ao país. Ela passou 15 anos como parlamentar de destaque do Saenuri, embora suas propostas econômicos sejam consideradas vagas. Ela manteve um "Comitê de Promoção da Felicidade" e, como candidata, promoveu uma "Campanha Nacional da Felicidade", embora depois tenha mudado seu slogan para "Uma Presidenta Preparada". Eventualmente, ela cita como modelo a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, uma agressiva defensora do livre mercado. Em outras ocasiões, se compara à chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, a mais poderosa líder europeia. A candidata diz que estaria disposta a negociar com Kim Jong-un, o jovem líder comunista da Coreia do Norte, mas que exigirá como pré-condição que o regime norte-coreano abra mão do seu arsenal nuclear -- algo que Pyongyang rejeita. (Reportagem adicional de Jumin Park, Seongbin Kang, Narae Kim e SoMang Yang)

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