Fitch eleva Brasil por expansão maior e corte de gasto

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Por Redação
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A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota do Brasil em um grau, dizendo que o potencial de crescimento do país aumentou, ao mesmo tempo em que o governo mostra maior contenção fiscal. As agências de rating vêm focando a habilidade do novo governo de cortar gastos, após anos de políticas fiscais expansionistas depois da crise mundial de 2008. "A transição de poder para o governo (Dilma) Rousseff tem sido suave, e o consenso sobre as políticas macroeconômicas responsáveis continua bem ancorado", disse em comunicado Shelly Shetty, diretora de rating para a América Latina da Fitch. "Além disso, o governo Dilma tem mostrado sinais de maior contenção fiscal, o que somado a perspectivas saudáveis de crescimento pode permitir uma queda da pesada dívida do governo do país." A agência acredita que a taxa potencial de crescimento sustentável do Brasil aumentou para 4 a 5 por cento. A Fitch elevou a nota em moedas estrangeira e local do país de "BBB-" para "BBB". A perspectiva passou de "positiva" para "estável". É a primeira das três grandes agências de risco a elevar o Brasil a duas notas acima do grau especulativo. A agência Moody's já afirmou que pode aumentar a nota do Brasil na primeira metade do ano. A Standard & Poor's ainda tem perspectiva estável para a nota "BBB-". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a elevação pela Fitch reflete a força da economia brasileira, e que o governo irá trabalhar em novas medidas para conter a apreciação do real se o movimento atrair mais capital para o país. "Quanto mais sólida a economia brasileira fica, mais ela tende a atrair investimento externo em dólares. O que nesse momento é um certo problema, mas é melhor ter o problema de excesso de dólares do que o problema que tínhamos no passado de falta de dólares. O governo vai continuar fazendo medidas pra conter excesso de dólares", disse Mantega a jornalistas em Brasília. Para o mercado, o impacto do anúncio da Fitch nos mercados não deve ser relevante. "A revisão já estava precificada, então o impacto (no mercado) acaba sendo meio neutro. Claro, pode reforçar o fluxo de capitais entrando, mas por outro lado você tem o governo tentando segurar esse excesso", afirmou Flávio Serrano, economista sênior do Espírito Santo Investment Bank. (Reportagem de Walter Brandimarte)

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