Governo esperava efeito de estímulos à economia no curto prazo, diz fonte

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Por BY HUGO BACHEGA
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O governo esperava que as diversas medidas de estímulo à economia surtissem efeito no curto prazo e se sentiu "frustrado" com o fraco crescimento no terceiro trimestre, disse uma alta fonte do Palácio do Planalto nesta quarta-feira. "A gente esperava um efeito maior (das medidas) no curto prazo", disse a fonte, que é próxima a Dilma, sob condição de anonimato. O desapontamento se acentuou com o desempenho da economia no terceiro trimestre, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6 por cento, bem abaixo do esperado. Para o ano, as estimativas do mercado para o crescimento giram em torno de 1 por cento. Entre as medidas adotadas, o governo reduziu impostos sobre produtos e desonerou a folha de pagamento de vários setores. Ao mesmo tempo, houve seguidos cortes na taxa básica de juros, até a mínima histórica atual de 7,25 por cento ao ano, e um esforço em deixar o real em patamares que permitam uma maior competitividade da indústria nacional. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff disse a empresários que as diversas ações do governo ainda não tiveram seus "efeitos completos apresentados", mas avaliou que os esforços "irão se difundir pelo sistema econômico" brasileiro. Em outro momento, a presidente procurou mostrar otimismo, dizendo que o Brasil irá "crescer mais" no quarto trimestre, em linha com declarações recentes do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a economia vai acelerar o ritmo na reta final de 2012. Segundo a fonte, Dilma está "preocupada em acelerar o processo" para a retomada de um crescimento mais robusto da economia, e tem "muita convicção" de que os incentivos surtirão efeito no longo prazo. MANTEGA Depois do forte apoio dado por Dilma na semana passada, em reação a artigo da revista The Economist sugerindo a demissão de Mantega, a fonte disconsiderou a hipótese de troca no comando da Fazenda no curto prazo. "Não vejo nenhum sinal no horizonte próximo nessa direção de saída do Mantega", disse a fonte, que descreveu a relação entre o ministro e a presidente como "muito estreita". A saída de Mantega seria considerada uma "autocrítica muito grande" à política econômica adotada por Dilma, disse a fonte, que considerou qualquer troca na pasta como uma questão "muito complexa". A autoridade reconheceu, no entanto, que "pode haver desgaste" de Mantega, que ocupa o cargo desde 2006. (Reportagem adicional de Jeferson Ribeiro)

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