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Hackers da Coreia do Norte têm objetivo futuro de atingir infraestrutura de inimigos

Por JU-MIN PARK E JACK KIM
Atualização:

O ataque de hackers contra a Sony Pictures pode ter sido apenas uma aula prática para a elite do exército cibernético da Coreia do Norte, parte de uma meta de longo prazo para ser capaz de afetar sistemas de telecomunicações e de rede elétrica de países rivais, disseram dissidentes do país asiático. Capacidades não convencionais como guerra cibernética e tecnologia nuclear são as armas de escolha para que a empobrecida Coreia do Norte se equipare a seus inimigos, disseram dissidentes. Obcecada por temores de que será atacada pela Coreia do Sul e pelos EUA, a Coreia do Norte tem trabalhado há anos na capacidade de interromper ou destruir sistemas de computadores que controlem serviços públicos vitais como telecomunicações e eletricidade, de acordo com um dissidente. “A principal meta da Coreia do Norte na estratégia cibernética é ser capaz de atacar a infraestrutura nacional da Coreia do Sul e dos EUA”, disse Kim Heung-kwang, um dissidente do Norte que foi professor de ciências da computação e disse manter ligações com a comunidade de seu país natal.  “A invasão da Sony Pictures é semelhante a ataques anteriores que foram atribuídos à Coreia do Norte, e é um resultado do treinamento e dos esforços feitos com o objetivo de destruir infraestrutura”, disse Kim, que foi para o Sul em 2004. O ciberataque mais bem-sucedido até agora da Coreia do Norte pode ter sido a invasão aos sistemas da Sony que fizeram o estúdio cancelar o lançamento de um comédia que retratava o assassinato fictício do líder norte-coreano, Kim Jong Un. Os Estados Unidos culparam oficialmente a Coreia do Norte nesta sexta-feira pelo ataque contra a Sony. “Eles podem ter treinado para lançar ataques relacionados às redes eletrônicas”, disse Jang Seyul, dissidente da Coreia do Norte que estudou na faculdade militar de ciências da computação antes de escapar para o Sul há seis anos, referindo-se à unidade de guerra cibernética do Norte. Há anos, a Coreia do Norte tem aplicado recursos em uma sofisticada célula de guerra cibernética chamada Bureau 121, comandada pela agência militar de espionagem e composta por alguns dos mais talentosos especialistas de computação no país, segundo Jang e outros dissidentes.  A maioria desses hackers na unidade vem da escola militar de computação.  “O principal alvo que eles miram há tempos é a infraestrutura”, disse Jang.  (Reportagem adicional de Meeyoung Cho, Kahyun Yang e Hyunyoung Yi)

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