Homem voador empolga na Grande Rio

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

Um homem voador voltou a espantar a Sapucaí, 13 anos depois de Joãozinho Trinta ter inovado com um astronauta dando rasantes pela Passarela do Samba, também pela Grande Rio. Dessa vez, ele foi arremessado de um canhão, caindo sobre uma rede. O homem-bala fez parte da comissão de frente, inteiramente apresentada sobre uma alegoria: um navio pirata de 30 metros de comprimento. Chachi Valencia foi descoberto pela escola em um show em Las Vegas.Embora tenha ganhado aplausos empolgados das arquibancadas, o embate entre piratas e caranguejos gigantes não foi visto por quem estava nas frisas. Ficou a dúvida se os integrantes da alegoria cumpriram a função da comissão da frente - apresentar a escola ao público. Depois do impacto do homem-bala, o desfile pouco empolgou. O enredo misturava homenagem aos 20 anos de Maricá e à cantora Maysa, que tinha casa na cidade a 60 quilômetros da capital. Foi difícil misturar os dois temas e dar unidade à apresentação. Houve pouca menção à cantora, representada pela nora Tânia Mara, caracterizada pelo maquiador Fernando Torquato.As alas que se seguiram faziam referência à visita do naturalista inglês Charles Darwin, à economia da cidade, com canavieiros, bordadeiras, e turistas. Até lobisomens apareceram, para lembrar uma lenda local, sobre um escravo que fugiu numa noite de lua cheia.Christiane Torloni foi a madrinha de bateria e dançou "valsa" com mestre Ciça, durante as famosas paradinhas. Como de costume, muitos outros famosos se apresentaram: Monique Alfradique, Paloma Bernardi, Marina Ruy Barbosa, Susana Vieira, Gabriel Nunes Braga, Jayme Monjardim (filho de Maysa).Bárbara Evans veio como destaque de chão, numa apresentação que não esteve à altura do legado deixado por sua mãe, Monique Evans, a primeira rainha de bateria do carnaval carioca, em 1984. "Ela estava linda, uma rainha", disse a mãe, no camarote da escola. Por temer comparações, Bárbara não quis ajuda de Monique na sua preparação. Teve aulas de samba. "Eu só dei uma dica: para que ela lixasse o sapato", afirmou Monique.A escola esbanjou este carnaval. Gastou R$ 15 milhões, dos quais R$ 4,5 milhões doados pela prefeitura petista de Maricá. Havia detalhes banhados em ouro na roupa do mestre-sala Fabrício, que representava o sol, e 15 mil penas de faisões albinos na saia da porta-bandeira Verônica.Todas as fantasias foram doadas para a comunidade - o que garantiu o samba na ponta da língua.Mas algumas inovações não chamaram a atenção necessária. A ideia de reproduzir imagens e fotos postadas nas redes sociais com a hashtag #vaigranderio se perdeu. As imagens eram reproduzidas no parabrisa de kombis e fuscas, mas em telas pequenas. O carro também tinha muitos elementos, que não deram destaque às fotografias enviadas.

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