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Professor de Finanças da FGV-SP

Importante é casar investimento com o objetivo

Minha filha tem 25 anos e nasceu com uma rara cardiopatia congênita. Ela se preocupa com o futuro, pois sou a única responsável financeiramente para cuidar de sua saúde, e tenho 61 anos. Qual a aplicação de longo prazo, 40 anos, indicada para deixá-la mais bem assistida?

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Por Redação
Atualização:

Para esse objetivo e no longo prazo eu tenho duas indicações: Plano de previdência e/ou títulos do Tesouro Direto. Essas indicações são interessantes neste caso porque esse investimento tem um objetivo muito importante, assim, o grau de risco da aplicação não pode ser alto. O plano de previdência pode ser VGBL ou PGBL. O PGBL é indicado para quem declara no modelo completo e contribui para o INSS, neste caso podendo usufruir do beneficio fiscal de desconto anual de até 12% da receita bruta tributável. O VGBL é indicado para os demais casos.

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A diferença entre os planos é que no VGBL o imposto de renda incide somente sobre o ganho de capital, enquanto no PGBL é sobre todo o saldo da conta. Mas, em qualquer tipo de plano de previdência você poderá ser o contribuinte e a sua filha poderá ser indicada como beneficiária. Embora o plano também possa ser feito em nome dela. Procure por um plano que tenha custos mais baixos e não deixe de esclarecer todos os detalhes.

A opção de investimento é aplicação em títulos do Tesouro Direto, como exemplo o Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050 que está na faixa de rentabilidade de 5,62% ao ano, mais a variação do IPCA. Lembrando que esses títulos têm custos baixos e tem tributação com base na tabela de renda fixa. Para mais de dois anos a alíquota baixa para 15%. Dependendo da maneira que você queira formar essa carteira pode haver a composição dos investimentos. 

Como aplicar pensando somente no longo prazo? Quais as vantagens ou desvantagens, em CDB, fundos de renda fixa, VGBL e Tesouro Direto ou temos outras opções? As aplicações nas corretoras têm algum seguro para garantias maiores de R$ 250 mil? O importante na hora de buscar onde melhor investir é casar o investimento com o objetivo pretendido. Devendo buscar oportunidades de investimento que ofereçam maior grau de segurança e que o prazo de vencimento “case” com a época em que esses recursos serão utilizados para obtenção do objetivo pretendido. O CDB que tem atraído muito nestes últimos meses é mais voltado para o curto prazo, tem a garantia do FGC até R$250 mil, assim com baixo grau de risco, mas tem incidência de Imposto de Renda, vale a pena pesquisar as ofertas do mercado. Caderneta de Poupança também tem a garantia do FGC e é recomendada somente para valores mais baixos e para a reserva do dia a dia. Fundos de investimentos têm vários graus de risco, não há garantia do FGC – somente valem a pena para valores mais altos e que tenham taxas mais baixas. Uma das desvantagens é, sem dúvida, o come-cotas semestral. Não há garantias do FGC para corretoras ou fundos de investimentos.

Os planos de previdência PGBL ou VGBL são voltados para o longo prazo, são caros, mas têm a vantagem do deferimento dos tributos, atenção à escolha do regime tributário. O Tesouro Direto tem a garantia do Tesouro Nacional, tem custos relativamente baixos. Há muitos outros detalhes em cada tipo de investimento que devem ser conhecidos antes da aplicação. A dica é no momento do investimento comparar as alternativas considerando o resultado final. Em outros termos, peça para ser calculado o ganho real projetado para cada opção. 

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