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Incra assenta 330 famílias de sem-terra no RS

Por Elder Ogliari
Atualização:

Depois de quase sete anos de polêmicas, ações judiciais, marchas e contramarchas, 330 famílias de sem-terra receberam hoje do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) os 4,9 mil hectares da Estância do Céu, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) tratou de dar um caráter místico ao ato de posse, comemorando não só o assentamento do dia, mas todos os oito que estão levando 820 famílias à região. Além disso, os sem-terra receberam do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a informação de que outros 15 mil hectares, suficientes para mais 720 famílias, estão por ser adquiridos. A oferta deve reduzir significativamente o número de 2,5 mil famílias acampadas no Estado. A Estância do Céu é, entre todas as áreas, a que mais despertou disputas entre sem-terra e ruralistas na região. Em 2003, os sem-terra chegaram a marchar para a propriedade rural na expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmasse a desapropriação anunciada pelo Incra. Os ruralistas organizaram bloqueios e os dois grupos estiveram próximos do conflito por diversas vezes. Como a decisão da Justiça anulou a desapropriação, os sem-terra tiveram de se conformar com a montagem de um acampamento na periferia da cidade. Em 2007, o proprietário Alfredo Southall anunciou a venda da terra para a Aracruz Celulose, num ato que o MST, contrário às plantações de eucaliptos, viu como provocação. Neste ano, o fazendeiro se entendeu com o Incra, que pagou cerca de R$ 30 milhões pela terra.

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