Israel e palestinos concordaram neste domingo com uma proposta do Egito de um cessar-fogo de 72 horas em Gaza com início às 21h00 GMT (18h00 de Brasília), disseram líderes de ambos os lados. "Israel aceitou a proposta do Egito", disse uma autoridade israelense, acrescentando que os negociadores israelenses retornariam ao Cairo na segunda-feira para retomar negociações indiretas com os palestinos caso a trégua seja respeitada. A equipe israelense voou de volta para o país na sexta-feira antes de um cessar-fogo anterior de três dias expirar, e as hostilidades no conflito, que já dura um mês, reiniciaram. Um porta-voz do Hamas disse que as facções palestinas aceitaram o chamado egípcio e que as conversas no Cairo vão continuar. Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores egípcio pediu que "os dois lados explorem essa trégua para retomar negociações indiretas imediatamente e trabalhem rumo a um acordo de cessar-fogo compreensivo e duradouro". Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "Israel não irá negociar sob fogo" e alertou sobre uma prolongada campanha militar israelense na Faixa de Gaza se os foguetes continuarem. O Hamas exigiu o fim do bloqueio israelense e egípcio no território e a abertura do porto de Gaza, um projeto que Israel diz que só deveria ser abordado em futuras conversas sobre um acordo permanente de paz com os palestinos.
Os ataques aéreos israelenses e bombardeios neste domingo mataram cinco palestinos em Gaza, incluindo um menino de 14 anos e uma mulher, disseram médicos, no terceiro dia de retomada das agressões. Desde que o cessar-fogo anterior expirou, os foguetes palestinos tiveram como alvo kibutz israelenses, ou fazendas coletivas, perto da fronteira, no que aparenta ser uma estratégia para diminuir o moral do Estado judeu sem acarretar em mais uma invasão por terra na Faixa de Gaza. Um mês de ataques deixou 1.895 palestinos e 67 israelenses mortos, enquanto devastou grande parte de Gaza. Mas as pressões internacionais por um cessar-fogo se enfraqueceram devido a outras crises internacionais, como no Iraque e na Ucrânia, o que distraiu as potências internacionais. No entanto, a violência nos últimos três dias foi menos intensa, com redução de ataques de ambos os lados. Israel retirou as forças de terra de Gaza na terça-feira.