Japão e Brasil são os que mais querem avanço em igualdade de sexo, diz pesquisa

No Brasil, 84% acreditam ser necessário mais ação por igualdade; enquete foi realizada em 22 países.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O Brasil é o segundo país em que mais gente acredita serem necessários avanços para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres, segundo uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center, dos Estados Unidos, em 22 países. No Brasil, 95% dos entrevistados acreditam que as mulheres devem ter direitos iguais aos dos homens, e 84% responderam que é preciso ser feito mais para que isso seja atingido. Este número só ficou atrás do Japão, onde 89% dos entrevistados afirmaram que são necessárias mudanças para aumentar a igualdade entre os sexos. No país, 89% dos entrevistados acreditam que deve haver igualdade de direitos. A pesquisa marca os 15 anos da quarta Conferência Mundial da ONU sobre Mulheres, em Pequim, que resultou em uma declaração afirmando que "homens e mulheres deveriam dividir poder e responsabilidade em casa, no trabalho e nas comunidades nacionais e internacionais". Princípios A pesquisa do instituto Pew, realizada em parceria com o jornal International Herald Tribune, quis checar até que ponto os princípios da declaração foram adotados. Em linhas gerais, o estudo concluiu que, apesar de a grande maioria dos entrevistados concordar com a noção de igualdade de direitos, muitos deles são reticentes em aceitá-la quando ele implica, por exemplo, em concorrência no mercado de trabalho. De acordo com o resultado, a grande maioria dos entrevistados em quase todos os países pesquisados expressou apoio à igualdade entre homens e mulheres e concordou que as mulheres devem poder trabalhar fora. A Nigéria foi o único país onde menos da metade dos entrevistados acredita na igualdade de direitos (45%). Mas quando a pergunta questiona o direito à igualdade em caso de um mercado de trabalho escasso, aumenta o número de pessoas respondendo que os homens deveriam ter prioridade na busca por empregos. No Brasil, 37% dos entrevistados concordaram com a afirmação. Em países de maioria muçulmana, este número foi bem mais alto: 74% na Indonésia, 82% no Paquistão, 77% na Nigéria e 75% no Egito. Na Índia, o número chegou a 84%. Em 19 dos 22 países, a maioria dos entrevistados concorda que um casamento em que marido e mulher dividem despesas e responsabilidades domésticas é mais satisfatório do que o casamento em que o homem é o provedor e a mulher cuida do lar. No Brasil este número chega a 84%, mas em países de maioria muçulmana, a resposta não foi tão unânime. O Paquistão foi o único país onde a grande maioria dos entrevistados (79%) acredita que um casamento em que o homem provém e a mulher cuida da casa é melhor. Mas apesar do consenso sobre a igualdade de direitos, muitos dos entrevistados afirmam que a desigualdade persiste em seus países e são necessárias mais mudanças. Vida melhor Na França, onde 75% dos entrevistados acreditam que a vida dos homens "é melhor do que a das mulheres". Este foi o índice mais alto, em disparado, em relação aos outros países desenvolvidos. No Brasil, 42% acreditam que a vida dos homens é melhor, em comparação com 49% na Alemanha, 45% na Espanha e 39% nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. O Japão e a Coreia do Sul foram os únicos países onde mais entrevistados acreditam que a vida das mulheres é melhor (47% e 49%, respectivamente). Ao todo, o instituto Pew ouviu 24.790 pessoas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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