PUBLICIDADE

Joalheria Fabergé procura ricos online

Por ERIC ONSTAD
Atualização:

A empresa de luxo Fabergé, cuja antecessora do mesmo nome criou ovos com pedras preciosas para os czares da Rússia, pretende vender na Internet sua primeira coleção de joias, com valores que chegam a 7 milhões de dólares por peça. O grupo, uma sociedade limitada, quer ingressar no competitivo mercado de produtos de luxo com investimentos limitados durante a recessão, visando eventualmente desafiar gigantes como Bulgari e Cartier. "Decidimos ser ousados. Vimos o momento atual como uma oportunidade enorme", disse na quarta-feira o executivo-chefe da Fabergé, Mark Dunhill, no lançamento da empresa. A Fabergé quer atrair ricos através de seu site na Internet, mostrando joias com milhares de pedras preciosas incrustadas, e depois concretizar as vendas em apresentações fechadas. Ela poupará milhões de dólares em investimentos ao evitar o modo tradicional de vendas em cadeias de butiques de luxo e, inicialmente, terá apenas uma loja, em Genebra. "Quando se monta uma cadeia de lojas, assumem-se riscos enormes", disse Dunhill, anteriormente presidente da Alfred Dunhill, a grife de couros e acessórios da fabricante suíça de artigos de luxo Richemont. "Estamos lançando um modelo pioneiro." A Fabergé espera que os ricos que queiram uma experiência exclusiva naveguem primeiro para seu site. Dunhill disse que uma pesquisa com milionários mostrou que 95 por cento fizeram sua última aquisição na Internet. "Se você pretende gastar 1 milhão de dólares com uma pulseira, por que não fazer o designer vir até seu iate e lhe mostrar a pulseira pessoalmente?", disse Dunhill. O joalheiro francês Frederic Zaavy é o designer da Fabergé e criou uma coleção inicial de 100 artigos em seu ateliê em Paris. Zaavy usa centenas ou milhares de pedras preciosas minúsculas em cada peça, criando efeitos de mosaico em anéis, broches, brincos e colares. Os preços dos itens da primeira coleção variam entre 40 mil e 7 milhões de dólares, mas alguns itens futuros poderão ser vendidos por apenas 15 mil dólares, e outros produtos de luxo poderão ser acrescentados posteriormente. Dunhill negou-se a informar detalhes financeiros sobre o grupo, exceto para dizer que não tem dívidas. Ele prevê construir uma marca global valendo bilhões de dólares. O grupo de investimentos em mineração Pallinghurst Resources comprou a marca Fabergé da Unilever em 2007, iniciando o ressurgimento da marca, que vinha sendo usada para promover cosméticos para o grande público como o perfume Brut para homens. A empresa Fabergé original foi fundada em 1842 pelo joalheiro russo Gustav Fabergé, que ficou famoso por criar ovos preciosos para os czares da Rússia. Dunhill disse que em algum momento a Fabergé provavelmente vai criar o primeiro ovo desde que a família Fabergé foi dispersada pela revolução russa. Os netos de Gustav criaram uma nova empresa Fabergé em Paris e depois da 2a Guerra Mundial descobriram que um empresário norte-americano estava usando seu nome de família para vender perfume. Eles abriram uma ação contra o empresário, mas faliram e em 1951 cederam os direitos sobre seu nome de família a uma firma dos EUA por 25 mil dólares. A marca Fabergé então passou por vários proprietários até ser vendida ao grupo Unilever em 1989, por 1,55 bilhão de dólares.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.