PUBLICIDADE

Líderes da UE são recebidos por manifestantes em encontro sobre empregos na Itália

Por JAMES MACKENZIE
Atualização:

Centenas de pessoas protestaram contra os planos do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, de reformar as regras de contratação e demissão, diante do centro de convenções onde líderes europeus devem se encontrar nesta quarta-feira para uma conferência sobre empregos. O encontro em Milão coincide com um voto de confiança no Parlamento para pressionar por uma legislação que permitirá que o governo altere partes do código trabalhista, incluindo em medidas de proteção de empregos que são duramente defendidas pelos sindicatos. “Os empregos foram erodidos por toda a Europa e estamos aqui para pressionar por um novo sistema que apoie os trabalhadores”, disse Fabrizio Portaluri, um delegado sindical que trabalha na fábrica de pneus da Pirelli em Bollate, perto de Milão. “Os governos têm que começar a escutar o que as pessoas estão dizendo”, acrescentou. Algumas confusões isoladas aconteceram quando manifestantes mascarados jogaram sinalizadores contra a polícia, mas não houve relatos de violência grave. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, devem chegar a Milão com líderes de outros países da União Europeia para o encontro sobre empregos e crescimento. O encontro não deve dar origem a medidas concretas e não deve durar mais de três horas, e será realizado antes de uma cúpula da UE no fim do mês. Mas Renzi quer usá-lo como uma plataforma para se concentrar na crise de desemprego nos países do sul da Europa, como a Itália, onde a taxa de jovens desempregados superou 44 por cento e onde uma geração de jovens corre o risco de ser deixada de fora do mercado de trabalho. A ministro alemã do Trabalho, Andrea Nahles, disse que a reunião discutiria o uso mais eficiente dos fundos destinados a ajudar jovens a acessarem o mercado de trabalho. “É importante que o dinheiro que está disponível chegue o quanto antes”, disse ela a repórteres. No entanto, o evento pode ser ofuscado por uma disputa sobre orçamentos nacionais com a França e a Itália, com ambos os países na linha de tiro após terem recuado de metas de déficit e dívida anteriormente concordadas com seus parceiros da União Europeia. A Itália, que detém a presidência rotativa da UE, e a França argumentaram que a rígida aplicação de metas orçamentárias vai afetar a economia debilitada da zona do euro, mas elas enfrentam a oposição da Alemanha, que argumenta que os países devem primeiro passar por reformas estruturais. Renzi está ansioso para dar um sinal concreto de que está fazendo progresso com as promessas de reformas feitas ao assumir o cargo em fevereiro. Sua reformas trabalhista têm a intenção de reformular um sistema amplamente criticado por oferecer rígidas garantias a empregos com contratos permanentes, ao passo que deixa um crescente número de trabalhadores com contratos temporários quase sem proteção. (Reportagem adicional de Giulio Piovaccari, Elvira Pollina e Cristiano Corvino)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.