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Líderes iberoamericanos pedem volta de Zelaya ao poder

Por CÉSAR ILLIANO
Atualização:

Os líderes da América Latina e de Espanha e Portugal concordaram nesta terça-feira que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deve ser restituído no cargo como "passo fundamental" para o retorno da ordem democrática ao país. Em comunicado especial, os líderes que participam da Cúpula Iberoamericana chegaram a um consenso sobre essa posição, embora não tenham mencionado especificamente o reconhecimento do presidente eleito nas eleições de domingo, organizadas pelo governo de facto que depôs Zelaya. Durante o encontro, o Brasil liderou um grupo de países que rejeitou o processo eleitoral em Honduras, que contou com o aval dos Estados Unidos e que foi realizado cinco meses depois do golpe de Estado que derrubou Zelaya. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a cúpula antes do fim, por conta de uma viagem que tem marcada para a Ucrânia. Antes de embarcar, no entanto, Lula respondeu duramente ao presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que havia afirmado que, se a comunidade internacional reconheceu as eleições no Irã e no Afeganistão, a América Latina deveria aceitar o pleito realizado em Honduras. "Não dá para comparar (Irã) com Honduras, onde você tem uma pessoa que deu um golpe, esse golpe foi repudiado por todos os países do mundo, foi repudiado pela OEA, e essas pessoas tinham condicionantes feitas pelo próprio presidente da Costa Rica, que era a volta do presidente Zelaya, a convocação das eleições e a volta à normalidade", disse Lula a jornalistas. Zelaya está desde setembro refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa para evitar ser preso pelo governo de facto encabeçado por Roberto Micheletti. "É apenas uma questão de bom senso, é uma questão de princípios e é uma questão de a gente não pactuar com o vandalismo político na América Latina", acrescentou.

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