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Líderes tentam evitar escalada drámatica de violência na Ucrânia

Por NOAH BARKIN E LESLEY WROUGHTON
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Líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França concordaram em se reunir na Belarus na quarta-feira para tentar mediar um acordo de paz para a Ucrânia em meio a uma escalada da violência e sinais de fissuras no consenso transatlântico sobre como confrontar Vladimir Putin. Os quatro líderes conversaram no domingo, dois dias depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, terem viajado a Moscou para conversações com Putin que não produziram nenhum avanço na conflito que dura quase um ano e já custou mais de 5.000 vidas. Após a conversa, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse que houve progresso e estava esperançoso de que a reunião em Minsk levará a um "cessar-fogo incondicional e rápido" no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia intensificaram uma ofensiva militar nas últimas semanas, ocupando novo território. Um porta-voz militar da Ucrânia disse neste domingo que seguiam os combates intensos perto da cidade de Debaltseve. Rebeldes fizeram várias investidas para tentar atacar linhas de trens defendidas por tropas do governo. Em uma conferência no fim de semana, em Munique, Merkel argumentou que devem ser buscadas todas as oportunidades para uma solução diplomática. Markel foi alvo de fortes críticas de senadores dos EUA Lyndsey Graham e John McCain, ambos republicanos, por se opor ao envio de armas de defesa para o Exército da Ucrânia para ajudar a combater os separatistas. "Os ucranianos estão sendo abatidos e nós estamos enviando-lhes cobertores e refeições", disse McCain em Munique. "Cobertores não fazem bem contra os tanques russos." O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, procurou minimizar as diferenças com a Europa. "Será que vamos permanecer unidos? A resposta é absolutamente, positiva, de forma inequívoca estamos unidos, vamos permanecer unidos", disse Kerry à conferência no domingo, descrevendo qualquer diferença como tática e não estratégica. Membros do governo de Barack Obama também estariam céticos sobre enviar armar à Ucrânia, mas o presidente enfrenta intensa pressão para agir de um Congresso liderado por republicanos. Os alemães acreditam que o envio de armas para um Exército da Ucrânia empobrecido não iria melhorar suas chances contra os separatistas armados com suprimento "ilimitado" de equipamento militar russo. Também temem que a entrega de armas iria internacionalizar o conflito, jogando nas mãos de Putin, que pintou a crise como um complô ocidental para enfraquecer a Rússia. Merkel voou para Washington no domingo para conversas com Obama. Ela assumiu a liderança na busca de uma solução diplomática para o conflito, falando com Putin por telefone dezenas de vezes ao longo do ano passado e mantendo reuniões em Moscou, Sydney e Milão nos últimos meses. Mas as autoridades alemãs dizem Putin tem mostrado pouco apetite para compromisso e reconhecem em particular que ele quebrou repetidamente promessas no passado.

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