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Médicos negam pedido de mãe para retirar útero de filha deficiente

Inglesa acredita que jovem de 15 anos vai ficar confusa com os sintomas da menstruação.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Um grupo de médicos de um hospital em Essex, no leste da Inglaterra, negou, na quarta-feira, o pedido da mãe de uma adolescente britânica que sofre de paralisia cerebral para retirar o útero da filha (histerectomia). Alison Thorpe diz que a filha Katie, de 15 anos, sofrerá com os sintomas da menstruação, como alterações de humor e cólicas e ficará confusa com os sangramentos mensais, quando eles começarem. Mas a equipe do Mid Essex Hospital NHS Trust concluiu que só poderá avaliar se há motivo clínico para a cirurgia de remoção do útero quando Katie começar a menstruar. Se fosse aprovada, esta seria a primeira histerectomia realizada na Grã-Bretanha sem razões médicas. "Antes de decidirmos sobre qualquer procedimento cirúrgico, analisamos cada paciente e cada caso individualmente", disse um porta-voz do hospital. "Isso também se aplica no caso de Katie Thorpe e conversamos com a família dela sobre nossa decisão". Apoio Alison Thorpe não concorda com a decisão dos médicos. Ela disse à BBC que recebeu "forte apoio" de pessoas deficientes e famílias de crianças que sofrem de deficiência sobre o pedido. "Nós demonstramos que existe uma necessidade real de Katie não passar por este mal desnecessário", disse a mãe. "As pessoas que não conhecem a Katie e não entendem a situação foram influenciadas por uma minoria de organizações que trabalham com os direitos dos deficientes", afirmou Thorpe à BBC. A afirmação está relacionada com a resposta de algumas ONGs sobre o pedido, como a Scope, que trabalha com deficientes. A organização acredita que a cirurgia teria "implicações perturbadoras" para outras pessoas na mesma situação e pode não ser a melhor opção para a menina. "É muito difícil saber se este tipo de operação invasiva, que não tem urgência médica e será dolorosa e traumática, será do interesse de Katie", questiona Rickell. Quando fez o pedido aos médicos, em outubro, Alison ressaltou que não estava "advogando em prol de uma política que seja aplicada para todos os deficientes." "Eu entendo que isto não é para todos e não estou dizendo que deveria ser", disse na ocasião. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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