PUBLICIDADE

Miguel Jorge:dólar alto limita eventual queda do saldo comercial

Por MARCELO TEIXEIRA
Atualização:

A valorização do dólar em relação ao real deve evitar que a queda nos volumes de exportação de matérias-primas leve a uma eventual redução do saldo comercial brasileiro, afirmou nesta sexta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge. "O fator da queda nas (exportações de) matérias-primas deve ser compensado por importações menores devido ao dólar alto," afirmou o ministro a jornalistas após participar de evento da indústria química em São Paulo. "O dólar nesse patamar vai encarecer as importações e também os exportadores brasileiros poderão tirar vantagem disso, mas eu não vou me atrever a fazer uma projeção do saldo da balança no ano que vem. Ainda é muito cedo", acrescentou. Miguel Jorge afirmou esperar que a desaceleração da atividade econômica no Brasil ocorra de maneira mais suave que no resto do mundo e afirmou que o desafio do setor industrial do país no momento é o planejamento para o curto prazo. "O principal problema é a incapacidade de prever quais serão os programas de produção para o primeiro trimestre", afirmou, referindo-se à velocidade das mudanças na demanda por bens e serviços de maneira geral. Segundo ele, há alguns sinais positivos em meio às notícias ruins, como o nível do investimento estrangeiro direto, o crescimento dos desembolsos do BNDES e a recuperação das linhas de crédito de exportação. "No crédito de exportação, as linhas de ACC, tivemos um dos melhores volumes dos últimos meses. Os dados serão divulgados amanhã", afirmou, sem dar mais detalhes. O ministro comentou também as recentes demissões em alguns setores e destacou os cortes anunciados pela Vale, dizendo que apenas 260 deles serão feitos no Brasil, do total de 1.300 demissões anunciadas para o mundo todo. Para ele, as montadoras, que estão enfrentando fortes quedas de vendas, ainda estão compensando muitos dias de trabalho em finais de semana e férias atrasadas dos trabalhadores, indicando que mais demissões no setor podem não ocorrer no curtíssimo prazo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.