PUBLICIDADE

Moradores de bairro onde turista foi baleada reclamam de falta de segurança

Rosa Maria Van Schothoret, de 44 anos, e o marido, Jorge Manoel Ribeiro Carvalho, de 48, seguiam para um restaurante em Santa Teresa quando foram surpreendidos por uma falsa blitz

Por Thaise Constancio
Atualização:

RIO - Uma turista portuguesa foi baleada nesta quinta-feira, 30, durante uma falsa blitz montada por bandidos na Estrada do Sumaré, no Parque Nacional da Tijuca, zona norte do Rio. Esse é o terceiro caso que ocorre em uma semana perto da Casa do Cardeal, onde vive D. Orani Tempesta. Moradores de Santa Teresa, no centro, reclamam de insegurança, mesmo após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Prazeres, vizinho ao bairro, instalada em 2011.Rosa Maria Van Schothoret, de 44 anos, e o marido, Jorge Manoel Ribeiro Carvalho, de 48, seguiam para um restaurante em Santa Teresa quando foram surpreendidos por uma falsa blitz montada por bandidos armados. Após furar o bloqueio, o casal foi perseguido por três homens em um Citroën C4 Pallas roubado na segunda-feira, 27, no mesmo local.Rosa foi atingida no braço esquerdo e fraturou o cotovelo. Ela foi operada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, e passa bem, porém sem previsão de alta. Carvalho não foi ferido.Na fuga, os criminosos foram abordados por agentes da UPP do Morro dos Prazeres. Houve troca de tiros, mas os bandidos conseguiram escapar pela mata. Na correria, deixaram cair a chave do carro do casal de portugueses. No sábado outro carro foi levado na estrada. A polícia suspeita que seja a mesma quadrilha. O Citroën foi periciado na 7ª DP (Santa Teresa) e levado para o Pátio Legal. Até outubro de 2013, 44 veículos foram roubados e 53 recuperados na região. O caso foi registrado como roubo, lesão corporal grave e resistência e encaminhado para a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT).Policiamento.  A Estrada do Sumaré liga dois importantes pontos turísticos do Rio: o bairro boêmio de Santa Teresa e o Alto da Boa Vista, na zona norte, onde fica a sede do Parque Nacional da Tijuca. O patrulhamento da área é feito pelo 5º BPM (Centro) com apoio do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), da Guarda Municipal e de guardas-parque do ICMBio. Um instrutor de autoescola, que não quis se identificar, testemunhou a tentativa de assalto na quinta-feira e afirmou que o policiamento no local é raro, mas que foi reforçado após a falsa blitz. Nesta sexta-feira, 31, a reportagem percorreu a via por mais de uma hora e não encontrou patrulhamento no local. No entanto, um comboio com cinco jipes levava turistas ao Parque.Também instrutor de autoescola, Marco Aurélio Rocha, de 46, orienta os alunos no heliponto em frente à Casa do Cardeal. Ele presenciou o assalto de segunda-feira ao Citroën e ajudou o motorista que teve até os sapatos roubados. "Quando a UPP foi instalada, tinha mais policiamento. Às vezes dois policiais passam por aqui, mas agora é raro."Morador e dono de um restaurante em Santa Teresa, César Alves, de 59, afirmou que roubos de carros têm sido frequentes no bairro. Depois de quase dois anos com UPP a sensação de insegurança permanece. "Ladeira do Castro (onde fica o restaurante de Alves) é a mais assaltada daqui". Ele acrescentou que os assaltos são feitos à mão armada, de carro, moto ou à pé. "Santa Teresa é um bairro com muitas saídas, então é fácil para os bandidos fugirem".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.